Seguindo o padrão sazonal para o mês desde 2014, os preços dos medicamentos adquiridos por hospitais recuaram 0,46% em outubro, confirma o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), calculado pela Fipe a partir de dados de transações realizadas na plataforma Bionexo – empresa de tecnologia SaaS, líder em soluções para gestão em saúde.
O economista e pesquisador da Fipe Bruno Oliva, responsável pelo indicador, reforça o peso da sazonalidade de outubro nas deflações registradas nos preços dos remédios utilizados pelos hospitais. "Entre 2014 e 2022, a variação média registrada pelo IPM-H no mês de outubro foi negativa em 0,60%, muito próxima do comportamento do índice no último mês, de -0,46%", comparou.
De acordo com a apuração, o resultado foi influenciado pelo comportamento dos preços da maior parte dos grupos de medicamentos incluídos em sua cesta de cálculo, com destaque para os indicados para tratamento do sistema musculoesquelético e nervoso, além de preparados hormonais e agentes antineoplásicos ou quimioterápicos utilizados no tratamento de algumas patologias, dentre elas as formas variadas de câncer.
Ainda, de acordo com o levantamento, medicamentos atuantes sobre o sistema musculoesquelético e sistema nervoso também lideram as quedas de preço no balanço parcial de 2023 e nos últimos 12 meses, contribuindo para o resultado negativo do IPM-H nesses intervalos.
O IPM-H em outubro caminhou na contramão dos dois principais indicadores de inflação do País. Enquanto os preços dos medicamentos para hospitais caíram 0,46%, o IPCA que mede a variação dos preços ao consumidor subiu 0,24% e o IGP-M, indicador dos preços no atacado registrou ala média de 0,50% nos preços.
"Além disso, informações atualizadas do Banco Central revelaram uma alta mensal de 2,59% na taxa média de câmbio, o que corresponde a uma depreciação da moeda brasileira no último período", observou Oliva.
Considerando o recuo do IPM-H em outubro, os preços dos medicamentos para hospitais ampliaram a queda e passaram a acumular uma deflação de 6,49%, no balanço parcial de 2023, e de 4,76%, nos últimos 12 meses encerrados em outubro.