A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, relativizou os efeitos da primeira fase do acordo comercial entre Estados Unidos e China e da epidemia de coronavírus na China sobre as exportações brasileiras. Em evento de previsão de safra da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que foi realizado nesta quinta-feira, 13, em Brasília, ela disse que, quanto ao acordo sino-americano, a relação entre Brasil e China é sólida. "O acordo EUA-China pode ter reflexos para nós, mas não serão tão catastróficos assim", afirmou.
Segundo a ministra, boa parte da safra 2019/20 de soja brasileira já está negociada. Ainda assim, a Tereza disse que está trabalhando "intensivamente para abrir novos mercados e aumentar nossa base de exportação". "Soja e milho são importantíssimos, mas temos que diversificar a pauta da balança comercial."
Com relação ao coronavírus, a ministra afirmou existir "pânico" com relação à doença, mas destacou que a população chinesa é de 1,3 bilhão, enquanto o problema está concentrado na província de Wuhan. "Tem um número grande de pessoas infectadas e mortos, mas, se puser na proporcionalidade do tamanho da população chinesa, é nada", disse.
A ministra destacou que a China isolou a província mais afetada, mas o restante da população precisa comer e trabalhar. "São conjunturas momentâneas que a gente tem que analisar com a devida cautela", disse. "Os portos ontem abriram lá, as coisas começam a se normalizar."
Tereza Cristina reforçou, ainda, que o Brasil é a maior potência agroambiental do mundo. "Nossa agricultura é sustentável", disse. Segundo a ministra, os incêndios no Brasil tiveram tratamento diferente dos ocorridos na Austrália e prometeu trabalhar para apresentar "uma narrativa boa" das coisas que o País faz no campo da sustentabilidade. "Vou trabalhar de maneira muito firme para colocar o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e o Código Florestal para funcionar. Nós vamos calar a boca do mundo", finalizou.