O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, adiou nesta quinta, 23, uma viagem aos EUA para definir cargos em sua equipe econômica. O favorito para ocupar o posto de ministro da Economia é Luis "Toto" Caputo, nome ligado ao ex-presidente Mauricio Macri.
Ontem, o futuro chefe de gabinete de Milei, Nicolás Posse, reuniu-se com Caputo no Hotel Four Seasons, em Buenos Aires, aumentando as especulações. A provável escolha de Caputo, no entanto, provocou uma baixa na equipe econômica. Emilio Ocampo, um dos principais colaboradores do libertário, escolhido para comandar o Banco Central, disse que não aceitaria mais o cargo por causa da indicação de Caputo.
Com a saída de Ocampo – antes mesmo da posse -, o favorito para ocupar a presidência do Banco Central passou a ser Demian Reidel, economista ligado ao mercado financeiro.
<b>Currículo</b>
Caputo, de 58 anos, é formado em economia pela Universidade de Buenos Aires e professor na Universidade Católica da Argentina. Sua experiência em Wall Street catapultou seu prestígio. Durante o governo de Macri, entre 2015 e 2017, ele chefiou a Secretaria de Finanças e o Banco Central. Antes, Caputo trabalhou no banco de investimentos americano JP Morgan e na filial argentina do Deutsche Bank.
"Caputo é uma pessoa de muito prestígio no setor financeiro", disse o economista Fabio Rodríguez, em entrevista ao Estadão. "Ele foi encarregado do difícil processo de reestruturação da dívida Argentina, e Macri confia muito nele. É um nome que liderou a economia nos momentos de abertura e também nos piores momentos do governo de Macri."
De acordo com Rodríguez, Caputo não estava na lista de Milei. No entanto, com a mudança de estratégia do presidente eleito, o nome de confiança de Macri ganhou força e pode ser confirmado nos próximos dias. "As negociações com Caputo são resultado direto da aproximação com Macri", disse. "Milei estaria buscando alguém para trazer de volta os investimentos externos que a Argentina precisa, deixando para outro momento a proposta de dolarização, da qual Caputo não é favorável." (COM JORGE CARRASCO)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>