O Senado aprovou o protocolo de adesão da Bolívia ao Mercosul. O Congresso brasileiro era o último que faltava ratificar o ingresso de La Paz como membro pleno do bloco formado também por Argentina, Uruguai e Paraguai. O texto vai para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um defensor da inclusão do país andino.
"Obrigado aos senadores por concluírem esse processo e parabéns ao presidente Luis Arce e a Bolívia por se juntar a nós no Mercosul", escreveu o petista nas redes sociais depois da aprovação.
O líder boliviano Luis Arce, por sua vez, comemorou a adesão da Bolívia e agradeceu a Lula nominalmente. "Agradecemos as gestões do irmão presidente Lula e do povo brasileiro por este marco histórico na integração latino-americana", disse ele ao defender a "integração" para enfrentar os desafios globais.
Agora, a Bolívia terá quatro anos para se adequar as regras do bloco, incluindo a tarifa comum. E o Senado decidiu que, em 180 dias, uma delegação de legisladores deve visitar La Paz para verificar o cumprimento da cláusula democrática.
O acordo para a adesão da Bolívia foi assinado em 2015, durante uma cúpula dos chefes de Estado em Brasília, mas a conclusão do processo se arrastou por anos. Antes disso, em 2006, a Venezuela foi aprovada como membro plena, mas sua participação foi suspensa em 2017 por "ruptura da ordem democrática".
O bloco tem a sua próxima cúpula marcada para o dia 7 de dezembro, quando o Brasil vai entregar a presidência rotativa do Mercosul ao Paraguai. A Bolívia já havia sido convidada como país associado, informou o ministério das Relações Exteriores.
As discussões devem ser focadas no acordo de livre comércio com a União Europeia, cujas negociações se intensificaram nas últimas semanas para que o acordo seja aprovado antes da posse de Javier Milei na Argentina. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)