O petróleo fechou em baixa, na repercussão do resultado da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). O cartel não determinou um corte conjunto à oferta, mas alguns países-membros anunciaram restrições voluntárias que, somadas, representam 2,2 milhão de barris por dia (bpd) a menos no mercado.
O petróleo WTI para janeiro fechou em queda de 2,44% (US$ 1,90), a US$ 75,96 o barril. O Brent para fevereiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 2,43% (US$ 2,02), a US$ 80,86 o barril. Em comparação com o último fechamento de outubro, o contrato mais líquido do WTI caiu 6,66% e o Brent desvalorizou 5,14%
A Arábia Saudita informou o prolongamento da sua redução de 1 milhão bpd na produção, até o fim do primeiro trimestre de 2024. A Rússia vai ampliar o seu corte voluntário de oferta de petróleo em 200 mil barris por dia (bpd), a 500 mil bpd. Também restringiram suas produções: Iraque (223 mil bpd), Emirados Árabes Unidos (163 mil), Kuwait (135 mil), Casaquistão (82 mil), Argélia (51 mil bpd) e Omã (42 mil).
Já o comunicado conjunto da Opep+, divulgado após o encontro ministerial, reforçou o compromisso com "a estabilidade e o equilíbrio" do mercado da commodity. A nota também revisou para baixo as metas de produção para 2024 de Angola e Nigéria, e elevou a do Congo. As cotas desses três países estavam sob análise de três agências independentes desde a reunião de junho. A imprensa reportou que a Angola ficou insatisfeita com a cota proposta pela Opep, desejando exportar mais que 1,1 milhão bpd.
O comunicado disse ainda que o Brasil vai aderir ao compromisso de cooperação da Opep+. Entretanto, o ministro de Minas e Energia brasileiro, Alexandre Silveira de Oliveira, disse que uma equipe técnica brasileira ainda analisará o convite antes da oficialização da entrada no grupo.
O analista Bruno Cordeiro, da StoneX, destacou que, caso o Brasil aderisse à Opep+, o País figuraria como um dos maiores produtores de petróleo do grupo, atrás de Arábia Saudita, Rússia e Iraque, e competindo com Irã. "Inicialmente, as fontes do mercado consideram que o Brasil provavelmente não entraria como um dos países com cota produtiva. Isso seria um fator importante porque permitiria que o Brasil continuasse a sua política de expansão produtiva", comentou Cordeiro.