Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 7, mostra que 40% dos brasileiros nunca confiam nas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outros 35% acreditam às vezes no petista. Os que confiam sempre nas declarações do presidente são minoria, 24%.
O retrato da confiabilidade de Lula faz parte do levantamento do instituto que ouviu 2.004 pessoas em 135 cidades do País na terça-feira, 5. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Quando comparado à última pesquisa sobre o assunto, realizada em setembro, o resultado é estável. Na aferição passada, o Datafolha apurou que 23% sempre confiavam em Lula, 34%, às vezes, e 42%, nunca.
O maior nível de confiança no presidente fica entre os menos instruídos, com 38%, já os que menos confiam nas falas de Lula estão localizados na região Sul do País, 48%.
O nível de não confiabilidade nas declarações do presidente, ao final do primeiro ano de governo, é semelhante aos 43% que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atingiu em dezembro de 2019, quando estava terminando o ano de estreia no Planalto. À época, 19% confiavam sempre no que ele dizia, enquanto 37%, apenas às vezes.
Neste primeiro ano de governo, Lula colecionou falas polêmicas. Ele afirmou suspeitar de "armação" em um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o senador Sérgio Moro, seu desafeto político. Como mostrou o <b>Estadão</b>, o PCC planejou ação contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em Brasília, e atentado a bomba contra Moro.
Em outra fala que provocou reações negativas, o presidente disse que a escravidão e o tráfico transatlântico tiveram "uma coisa boa". "Toda desgraça que isso causou ao País, causou uma coisa boa, que foi a mistura, a miscigenação", afirmou.
O atual ministro da Justiça e indicado do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, foi vítima de uma "piada" do presidente considerada gordofóbica. "A obesidade causa tanto mal quanto a fome. É por isso que Flávio Dino está andando de bicicleta", disse o presidente em março, durante um discurso de lançamento do Pronasci II (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania).
Em outubro, Lula disse que "dificilmente" o governo conseguirá zerar o déficit fiscal em 2024 e declarou que não quer fazer cortes em investimentos para cumprir a meta. O presidente também é questionado pela equivalência que usa para tratar sobre o ataque do grupo terrorista Hamas e a ofensiva israelense contra a Palestina.
<b>Lula é aprovado por 38% e reprovado por 30%</b>
O Datafolha também mostrou que a avaliação do presidente Lula se manteve estável. De acordo com o levantamento, 38% avaliam positivamente a gestão, mesmo número do último levantamento, divulgado em 14 de setembro.
Outros 30% consideram o trabalho regular, também o mesmo índice da pesquisa anterior. Avaliaram o governo Lula como ruim ou péssimo 30% dos entrevistados, ante 31% em setembro. A diferença de 1 ponto porcentual, está dentro da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos do levantamento.
Entre os evangélicos, grupo que o presidente tentou se aproximar durante a campanha, a reprovação é de 38% ante 28% registrados por entrevistados que se declararam católicos. De acordo com a pesquisa, os evangélicos representam 28% do eleitorado, enquanto os católicos são 52% da população ouvida.