Estadão

Ibovespa renova máxima histórica, com 132 mil pontos, puxado por Vale

Depois de ter sucumbido a um movimento de realização de lucros nesta quarta, 20, o Ibovespa retomou a tendência de ganhos e encerrou a sessão desta quinta, 21, em alta de 1,05%, aos 132.182,01 pontos, renovando mais uma vez o recorde no fechamento. A aprovação da medida provisória da subvenção de ICMS pelo Senado na noite de ontem, o aumento dos preços de minério de ferro na China e o sinal positivo de Nova York após dados econômicos mais fracos nos Estados Unidos puxaram os ganhos.

O índice manteve-se em terreno positivo durante toda a sessão, desde a mínima de 130.822,35 pontos (+0,01%). Na máxima, chegou a subir aos 132.276,93 pontos (+1,09%), menos de 100 pontos aquém do maior nível intradia, de 132.340,75, registrado na véspera. Mesmo com a tendência de redução da liquidez no fim do ano, o giro financeiro alcançou hoje os R$ 19,7 bilhões.

A recuperação hoje foi disseminada, com ganhos 58 dos 86 papéis do Ibovespa e em todos os índices setoriais da B3. Mas o destaque foi o segmento de materiais básicos, que, no agregado, avançou 2,62%, puxado por Vale ON (+3,33%). Sozinha, a empresa respondeu por 0,49 ponto porcentual da alta do Ibovespa, beneficiada pelo aumento de 3,53% dos preços do minério de ferro em Dalian, devido ao baixo estoque da commodity na China.

No fim do dia, mesmo os papéis da Petrobras recuperaram o fôlego e ficaram próximos da estabilidade, depois de terem passado toda a sessão em queda, acompanhando a baixa em torno de 0,4% dos preços do petróleo. Petrobras PN subiu 0,03% e Petrobras ON teve variação zero.

"Ontem, a Bolsa passou por um natural, aguardado e saudável respiro, com uma realização de lucros em meio à fadiga dos mercados internacionais. Hoje, voltamos a ver o mesmo processo de alta de antes, até porque temos visto uma melhora dos prêmios nessa reta final de aprovação de medidas do governo pelo Legislativo", afirma o analista da Empiricus Research Matheus Spiess.

O sinal positivo dos mercados de ações em Nova York também contribuiu com o desempenho do Ibovespa, em um dia de altas para Dow Jones (+0,87%), S&P 500 (+1,03%) e Nasdaq (+1,26%), após ajustes na véspera. A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) americano do terceiro trimestre, menor do que o esperado, e a revisão de dados de inflação do país para baixo deram ao mercado o sinal para aumentar o apetite por risco e precificar ainda mais cortes nos juros do país.

"Isso ajuda a amparar a virada dovish recente da comunicação do Fed e, se sustentado, abre a porta para cortes de juros mais cedo do que nós esperamos, em setembro", disse em relatório o economista principal da consultoria Oxford Economics para os EUA, Michael Pearce. No fim da tarde, a curva de juros americana precificava 150 pontos-base de cortes nos juros e início do ciclo já em março, com 71,6% de probabilidade.

As maiores altas do índice ficaram com Braskem PNA (+7,07%), Soma ON (+5,41%), Gol PN (+5,35%) e Usiminas PNA (+3,75%). Na ponta oposta, as maiores perdas foram de Casas Bahia ON (-5,12%), Alpargatas PN (-2,25%), IRB Brasil Re ON (-2,02%) e MRV ON (-1,84%).

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