Contração de dívidas durante pandemia terá de ser tratada no médio prazo, diz FMI

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou nesta terça-feira, 15, que a contração de dívidas em diferentes países para amortecer os impactos econômicos da pandemia de covid-19 terá de ser tratada no médio prazo. No caso da América Latina, a economista defendeu, ainda, reformas econômicas no pós-crise, como forma de evitar uma recuperação econômica desigual.

"Os governos precisam adotar um planejamento fiscal confiável para o médio prazo, para provar que a expansão do déficit é momentânea. À medida em que a economia for se recuperando, é preciso pôr em prática medidas de ajustes de contas públicas", declarou Georgieva durante webinar promovido pela Americas Society.

Mesmo assim, a diretora-gerente do FMI reconheceu que houve amplos apoios monetário e fiscal na América Latina – e que eles foram necessários para combater a crise na região. "A América Latina já crescia pouco antes da pandemia. Muita coisa lá poderia ser melhor, como as condições de crescimento do setor privado", avaliou. "Ainda é uma região muito desigual. Tem 8% da população mundial e 20% das infecções por covid-19", disse, avaliando os números do novo coronavírus por aqui como "assustadores". "Ainda estamos longe de ver o fim da pandemia".

O FMI projeta queda de 4,4% no Produto Interno Bruto (PIB) global em 2020 e tombo de 8% no caso da América Latina. Para 2021, a recuperação global, estima a entidade, resultará em crescimento de 5,2% na atividade mundial, mas de apenas 2,6% no caso da América Latina.

Mais cedo, o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, já havia alertado para riscos envolvendo alto nível de endividamento.

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