O São Paulo anunciou neste domingo a saída do técnico Dorival Júnior, que aceitou o convite do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, para comandar a seleção brasileira. O treinador terá como auxiliar o filho Lucas Silvestre, de 36 anos, que o acompanha à beira do gramado desde 2010, quando se formou em Educação Física.
Em entrevista exclusiva ao <b>Estadão</b>, em outubro, Dorival afirmou que o filho é um profissional de qualidade e que já está pronto inclusive para seguir carreira solo. Ele chegou a dizer que não gostaria de que a profissão de treinador perpetuasse na família pelo fato de se tratar de um trabalho solitário, mas destacou a capacidade de Lucas, que já o substituiu em algumas partidas ao longos dos 14 anos auxiliando o pai.
“Tecnicamente é um cara melhor do que o Dorival. Ele está muito bem preparado, tem de finalizar alguns aspectos que serão ainda importantes na sua carreira, mas eu não tenho receio em afirmar que futuramente, quando ele resolver seguir carreira solo, ele talvez vai estar muito mais preparado do que eu estava há 20 anos, quando fiz aí meu primeiro trabalho como profissional”, disse Dorival.
Curiosamente, Lucas Silvestre ainda seguirá no São Paulo, atuando como “interino” do próprio pai no comando do time. Será que ele comandará o treino no CT da Barra Funda nesta segunda-feira. O clube não informou até quando Lucas continuará trabalhando no clube antes de se transferir para a seleção brasileira.
Com a escolha da CBF por Dorival, a seleção brasileira mais uma vez terá um treinador auxiliado pelo próprio filho. Tite, último técnico efetivo do Brasil e atualmente no Flamengo, é acompanhado no trabalho por Matheus Bacchi, de 35 anos. Ele começou a carreira longe do pai, trabalhando no Caxias-RS, em 2015, e foi estudar na Europa antes de voltar ao País no ano seguinte para acompanhar Tite no Corinthians.
Quando a presença de Matheus chamou a atenção na comissão técnica da seleção brasileira, Tite foi criticado por Nepotismo, mas sempre garantiu que o filho tem as qualificações necessárias para trabalhar com ele. “Ele se formou e fez estágios no Barcelona com o Neymar e no Flamengo com o Vanderlei (Luxemburgo). Eu sou mais exigente com ele do que com os outros. Prefiro ser assim, saber que ele está suficientemente preparado pro cargo”, defendeu o filho, em entrevista coletiva antes da Copa do Mundo do Catar.
A escolha de Dorival Junior para a seleção brasileira acontece após diversas polêmicas nos bastidores da CBF. Carlo Ancelotti era o nome favorito de Ednaldo Rodrigues, que escolheu Fernando Diniz como interino até junho deste ano, quando encerraria o contrato do italiano com o Real Madrid. O dirigente foi afastado do cargo após intervenção da Justiça do Rio e Ancelotti optou por renovar com o time espanhol. Após retornar à presidência da entidade por meio de uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF, Ednaldo demitiu Diniz e contratou Dorival como efetivo.