A safra agrícola recorde ajudou a deter a inflação de alimentos em 2023. O custo das famílias com Alimentação e Bebidas subiu 1,03% no ano, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual para a taxa de 4,62% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A variação do grupo Alimentação e Bebidas encerrou 2023 com o menor resultado desde 2017, quando havia recuado 1,87%.
"Foi uma combinação de fatores. Esse ano (2023) a gente teve safras muito boas, principalmente a safra de grãos. E os preços das commodities agrícolas tiveram redução no mercado internacional. Isso contribui para uma redução nos preços de diversos alimentos, como carnes, frango", justificou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
Almeida lembrou que a redução no preço dos grãos diminui o custo da criação de animais através da ração. Além disso, houve uma oferta maior de proteína animal no mercado doméstico, contribuindo para a queda nos preços em 2023.
O custo da alimentação no domicílio caiu 0,52% em 2023. As famílias pagaram menos pelo óleo de soja (queda de 28,00% e impacto de -0,09 ponto porcentual para o IPCA de 2023), frango em pedaços (-10,12% e -0,07 p.p.) e carnes (-9,37% e -0,27 p.p.).
"Os preços do óleo de soja recuaram em dez dos 12 meses de 2023. Os preços das carnes e do frango em pedaços caíram de janeiro a setembro e, a partir de outubro, voltaram a registrar alta", acrescentou o IBGE.
A alimentação fora do domicílio subiu 5,31% em 2023: a refeição teve aumento de 4,34%, e o lanche avançou 7,24%.