Estadão

Bolsas da Europa fecham em queda, com tensão geopolítica e sinais do BCE de cautela por juros

As bolsas europeias fecharam em queda nesta segunda-feira, 15, ampliando as perdas ao longo do pregão, diante de comentários de autoridades do Banco Central Europeu (BCE) sinalizando que o início do esperado alívio monetário na região pode não se materializar em breve. Tensões geopolíticas também reduziram o apetite ao risco, enquanto dados econômicos fracos da Alemanha e zona do euro deram outras contribuições negativas para sessão com liquidez enfraquecida pelo feriado nos EUA.

Na Bolsa de Londres, o FTSE-100 cedeu 0,39%, aos 7.594,91 pontos. Em Paris, o CAC-40 recuou 0,72%, aos 7.411,68 pontos, enquanto o Dax, de Frankfurt, perdeu 0,49%, aos 16.622,22 pontos.

No período da manhã, o dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Joachim Nagel aventou a possibilidade de a instituição começar a discutir cortes de juros apenas no verão local, que começa em meados de junho. Ainda mais cauteloso, o também dirigente Robert Holzmann alertou que o BCE pode nem cortar as taxas básicas este ano.

"O foco está direcionado para a tensão geopolítica, a fraqueza econômica e no impacto da inteligência artificial nas nações de todo o mundo, à medida que os líderes se reúnem no Fórum Econômico Mundial em Davos", disse Susannah Streeter, chefe de recursos e de mercado da Hargreaves Lansdown.

Ações de empresas europeias de transporte marítimo subiram com ataques a embarcações no Mar Vermelho motivando alta nos custos de fretes, em um desdobramento que pode ter efeito na cadeia de preços.

Os ataques a navios no Mar Vermelho levaram a aumentos acentuados nas taxas spot de contêineres, mas os ganhos nas ações de transporte marítimo parecem ultrapassar os prováveis benefícios em termos de lucros, afirmam analistas do Barclays em nota a investidores. As ações da Hapag-Loyd avançavam 2,94% e as da AP Moeller – Maersk subiram 0,69%.

Entre os dados divulgados nesta segunda-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha sofreu contração de 0,3% em 2023, depois de avançar 1,8% no ano anterior. Já na zona do euro, a produção industrial teve queda mensal de 0,3% em novembro, como se previa, e apresentou superávit comercial ajustado de 14,8 bilhões de euros no mesmo mês.

Em Milão, o FTSE MIB cedeu 0,47%, a 30.327,72 pontos. Em Madri, a perda do Ibex 35 foi de 0,21%, aos 10.073,50 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 recuou 0,53%, aos 6.503,10 pontos.

<i>*Com Dow Jones Newswires</i>

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