Tesouro entra com R$ 34 bi para financiar folha de pagamento, diz Mansueto

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, comentou o programa de financiamento da folha de pagamento das pequenas e médias empresas lançado nesta semana pelo Banco Central com o BNDES e a Caixa. Ele afirmou que o funding será do Tesouro Nacional. "O Tesouro entra com R$ 34 bilhões nos dois meses. O resto R$ 6 bilhões virá do setor privado", disse Mansueto em bate-papo com o presidente da BTG Pactual Asset Management e ex-ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e com o sócio do BTG Pactual e ex-diretor do Banco Central, Eduardo Loyo, pelo YouTube.

Mansueto disse que ainda está sendo desenhada a contabilização da saída e da entrada desses recursos. "Não quero nenhuma conta escondida. Não quero que isso gere nenhum passivo contingente. Quero deixar tudo isso muito transparente", disse o secretário. Possivelmente, vai sair como despesa primária e vai voltar como receita", disse o secretário, acrescentando que o valor será repassado ao BNDES que vai enviar aos bancos.

Ele lembrou que, nessa linha de crédito, vão ser atendidas as pequenas e médias empresas que faturam entre R$ 360 milhões e R$ 10 milhões por ano. "O problema da microempresa está sendo estudado pelo Pedro Guimarães, presidente da Caixa e pelo Sebrae", disse.

Sobre o Banco Central, o secretário afirmou que a relação do Tesouro com a autoridade monetária está mais transparente e muito independente. "Nunca falo sobre câmbio, reserva e taxa de juros de curto prazo com o Banco Central", disse Mansueto, acrescentando que autoridade monetária não temas específicos do Tesouro.

<b>PIB</b>

No bate-papo com Loyo e Guardia, Mansueto reforçou que o atual momento não permite planejamentos e previsões de longo prazo. Disse, inclusive, que a nova previsão do Ministério da Economia de crescimento de 0,02% do PIB em 2020 já pode estar defasada. "É de duas semanas atrás. Possivelmente, uma nova projeção sobre PIB brasileiro em 2020 pode vir negativa", afirmou o secretário.

Mansueto e sua equipe têm seguido as recomendações do Ministério da Saúde para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Reuniões e debates com outros agentes econômicos e políticos têm sido feitos através de videoconferência.

O secretário elogiou o trabalho dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. "Maia e Alcolumbre estão muito abertos para agilizar debate sobre medidas emergenciais", disse. Ele afirmou que, diferentemente de outros países, o Brasil tem travas constitucionais que emperram a aprovação de despesas.

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