As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quarta, 17, sob firme pressão dos Treasuries após dado de varejo nos Estados Unidos acentuar a reprecificação da curva futura deflagrada por sinalizações do diretor do Federal Reserve (Fed) Christopher Waller ontem.
No fechamento, o índice Dow Jones caiu 0,25%, a 37.266,67 pontos; o S&P 500 recuou 0,56%, a 4.739,21 pontos; e o Nasdaq baixou 0,59%, a 14.855,62 pontos.
O avanço mais forte que o esperado das vendas no varejo dos EUA em dezembro reduziu a convicção de investidores de que o ciclo de relaxamento do Fed será rápido e agressivo.
No fim da tarde, a curva futura embutia cerca de 55% de chance de o primeiro corte vir em março, bem menos que o que era precificado há poucos dias, conforme indicou plataforma do CME Group que monitora a curva futura.
A reavaliação havia ganhado força na véspera, quando Waller defendeu cautela no processo de afrouxamento monetário e sinalizou apenas três cortes em 2024.
Para o analista Craig Erlam, da Oanda, operadores se posicionaram de maneira tão forte para cortes de juros que, agora, há pouca tolerância para a variação nos indicadores. "Pequenas decepções podem abalar o sentimento do mercado de uma forma mais significativa, o que poderá tornar o resto do primeiro trimestre mais turbulento do que os investidores prefeririam", alerta.
Em um contexto mais global, as incertezas sobre a política monetária se somam ao sinais de desaceleração na China para pintar esse quadro de cautela nos negócios acionários. Segundo revelado hoje, o Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático cresceu 5,2% em 2023, mas o varejo decepcionou em dezembro.
Entre papéis individuais, Verizon recuou 1,08%, depois que a empresa de telecomunicações informou que terá um encargo de US$ 5,8 bilhões no quarto trimestre, devido a baixas contábeis associados à divisão que fornece internet para companhias.
Por outro lado, Boeing avançou 1,27%, ensaiando recuperação após perdas consideráveis recentes, na esteira do incidente da Alaska Airlines. Hoje, a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) revelou ter completado as primeiras inspeções de aviões do modelo 737 Max 9.