Na segunda noite de manifestações em massa motivadas pelo tiro fatal de um policial contra um homem negro de 27 anos, cerca de mil manifestantes marcharam pelas ruas do oeste da Filadélfia na terça-feira (27) exigindo justiça para Walter Wallace Jr.
Após um protesto menor que se tornou destrutivo na segunda-feira, 26, o governador da Pensilvânia, Tom Wolf, autorizou a Guarda Nacional a enviar tropas na terça-feira para ajudar a polícia a proteger a propriedade e reprimir a agitação na maior cidade do Estado.
As manifestações e saques de segunda-feira deixaram lojas danificadas e pelo menos 30 policiais feridos, incluindo um hospitalizado com uma perna quebrada após ser atropelado por um carro. Na terça-feira, a polícia e os manifestantes entraram em confronto novamente, mas os policiais, auxiliados pela Guarda Nacional, tomaram uma atitude mais agressiva, enchendo as ruas com filas de policiais de choque que pararam os manifestantes e fizeram várias prisões no início da noite.
Na noite de terça-feira, uma multidão racialmente diversa se reuniu no Malcolm X Park, no oeste da Filadélfia, perto do bairro onde Wallace foi baleado e morto pela polícia na segunda-feira. O grupo andou por ruas residenciais até que seu caminho colidiu com uma fila de policiais em equipamento de choque. Os manifestantes gritaram diretamente para a polícia. "Quem matou Walter Wallace?" eles perguntaram. "Sem justiça, sem paz! Sem polícia racista!"
Alguns dos manifestantes jogaram destroços nos policiais, de acordo com a polícia, e ambos os lados entraram em confronto. Nesta quarta-feira, 28, as autoridades esperam novos protestos
<b>O caso</b>
Wallace morreu na segunda-feira depois que dois policiais da Filadélfia atiraram nele várias vezes enquanto respondia a uma ligação denunciando um homem com uma faca. Sua família disse que ele sofria de problemas de saúde mental, que seus médicos vinham tratando com medicamentos.
Um advogado da família disse à Associated Press na terça-feira que os parentes de Wallace haviam chamado uma ambulância para levá-lo ao hospital para cuidados médicos, mas a polícia apareceu.
Um vídeo do encontro fatal levantou questões sobre por que os policiais abordaram uma aparente crise de saúde mental com armas em punho e por que não tentaram primeiro subjugar Wallace com uma arma menos letal, como um taser.
"Estamos aqui para dizimar o sistema que pretende nos dizimar", disse Mikal Woods, um homem negro de 24 anos que mora no bairro do oeste da Filadélfia, que foi abalado pelos tiroteios e protestos subsequentes. "Eles atiraram naquele homem para matá-lo. Quatorze vezes." "Tive medo da polícia todos os dias da minha vida", acrescentou. (Com agências internacionais).