Percepção de risco e dólar valorizado sustentam viés de alta nas taxas de juros

As taxas de juros negociadas no mercado futuro iniciaram o dia com viés de alta, principalmente nos vencimentos intermediários e longos, com o investidor à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve promover novo corte da taxa Selic, atualmente de 3,75% ao ano. Em meio à expectativa, o mercado monitora também o cenário doméstico, sobretudo político, que sugere cautela no mercado.

A derrota do governo com as mudanças no projeto de lei de socorro a Estados e municípios, aprovado ontem na Câmara, se reflete nos vencimentos mais longos. "Tem havido muita preocupação com o fiscal por conta da crise", lembra Flávio Serrano, economista-chefe do Haitong, pontuando também a pressão no câmbio.

Ele calcula precificação de mais ou menos 40% de chance de 75 e 60% pra 50 pontos-base de corte da Selic.

No radar, estão desdobramentos do depoimento do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro com acusações ao presidente Jair Bolsonaro e a piora da perspectiva do rating do Brasil pela Fitch para negativa.

Às 9h45, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2021, que projeta a política monetária de 2020, tinha taxa de 2,735%, ante 2,704% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2023 projetava 4,80%, de 4,72% do ajuste anterior. Na ponta longa, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 7,59%, de 7,45%. O dólar operava em alta, definida já na abertura do dia.

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