A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um aumento de 0,60% em dezembro para uma alta de 0,02% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A desaceleração nos serviços foi puxada pela queda de 15,22% nas passagens aéreas, apontou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
A inflação de serviços teria sido de 0,45% em janeiro não fosse a redução nas passagens aéreas. O subitem também reduziu o resultado do IPCA de janeiro como um todo, que teria sido de 0,57% no mês, se excluída a queda nas passagens aéreas, calculou o instituto.
Quanto aos demais serviços investigados, Almeida lembra que houve um aumento sazonal em hospedagem (0,55%) em janeiro, mas queda no transporte por aplicativo (-10,19%).
Segundo ele, a melhora no emprego e a expansão na renda podem, eventualmente, contribuir para o consumo das famílias, com aumento na demanda por serviços, porém, é necessário aguardar os próximos resultados e observar se isso de fato vai se concretizar.
Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta de 0,31% em dezembro para aumento de 0,19% em janeiro.
No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 6,22% em dezembro para 5,62% em janeiro. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 9,12% em dezembro para 8,56% em janeiro. O IPCA em 12 meses foi de 4,51% em janeiro.
"A gente tem observado essa desaceleração da inflação de serviços, embora ela ainda esteja acima do índice geral", apontou Almeida. "Desde meados de 2022, de modo geral, a gente tem observado trajetória de desaceleração no indicador de serviços."