As arboviroses são um dos principais problemas de saúde pública no mundo, sendo a dengue a doença do tipo de maior relevância no Brasil. Neste ano os casos estão aumentando progressivamente no país, que já enfrenta uma epidemia em muitos locais.
Para Fernanda Nunes da Matta Carmo, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Guarulhos, no município somente neste ano já foram confirmados 1.152 casos de dengue. Aspectos como a urbanização, o crescimento da população e fatores climáticos mantêm as condições favoráveis para a presença do vetor (mosquito).
Já de acordo com a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Guarulhos, Valeska Aubin Zanetti Mion, “a dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias, principalmente entre os meses de outubro e maio”.
Os mosquitos do gênero Aedes estão ligados à transmissão de dengue, da febre chikungunya e do zika vírus, sendo que o Aedes aegypti é a principal espécie envolvida. Eles estão amplamente distribuídos e disseminados em território nacional, principalmente em ambientes urbanos.
A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada. Seus principais sintomas são febre (de 39°C a 40°C) de início, dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos. A maioria dos doentes se recupera, mas parte deles pode progredir para formas graves e até morrer.
10 mandamentos
Confira dez dicas importantes no combate ao mosquito da dengue
1. É um mosquito que vive dentro e perto das casas e que se reproduz em qualquer recipiente artificial ou natural que contenha água parada. O mosquito é mais ativo no início da manhã e ao anoitecer, fazendo com que esses sejam os períodos de maior risco de picadas e aos quais o munícipe deve estar mais atento. No entanto, as fêmeas, que precisam continuar se alimentando, buscarão uma fonte de sangue em outros momentos. A fêmea do Aedes aegypti se alimenta a cada 3-4 dias; no entanto, se eles não conseguem tirar sangue suficiente, continuam a se alimentar sempre que puderem.
2. O mosquito pode completar seu ciclo de vida, do ovo ao adulto, entre sete e dez dias. Os mosquitos adultos geralmente vivem de quatro a seis semanas. A fêmea do Aedes aegypti é responsável pela transmissão de doenças porque necessita de sangue humano para o desenvolvimento de seus ovos e para o funcionamento do seu metabolismo. Por isso, é fundamental passar repelente em adultos e crianças.
3. O Aedes aegypti prefere colocar seus ovos em recipientes artificiais contendo água (principalmente tambores, barris e pneus) dentro e ao redor de casas, escolas e locais de trabalho. Os ovos podem resistir a condições ambientais secas por mais de um ano: na verdade, esta é uma das estratégias mais importantes que a espécie emprega para sobreviver e se espalhar.
4. Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.
5. Existem quatro sorotipos de vírus para dengue, portanto é possível contrair a doença mais de uma vez. A infecção com um sorotipo seguida por outra infecção com um sorotipo diferente aumenta o risco de dengue grave e até de morte.
6. Não existe tratamento específico para a dengue. No entanto, a suspeita precoce e o manejo adequado reduzem as taxas de mortalidade.
7. A prevenção e o controle da dengue dependem de medidas efetivas de controle de vetores, ou seja, combater o mosquito.
8. Fique atento a sinais de alarme: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hipotensão postural, letargia e/ou irritabilidade e sangramentos.
9. A vacina contra a dengue entra no Calendário Nacional de Vacinação neste ano.
10. Você pode e deve fazer a sua parte por meio de uso de telas nas portas e janelas, remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos, vedação dos reservatórios e caixas d´água, desobstrução de calhas, lajes e ralos.