A expectativa para a inflação deste ano oscilou para baixo no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta terça-feira, 27. A projeção de 2024 passou de 3,82% para 3,80%. Um mês antes, a mediana era de 3,81%.
Na divulgação da semana passada, constava 3,81% na mediana para este ano. De acordo com o Banco Central, foi identificada alguma inconsistência durante a rotina de revisão das estatísticas, o que levou a um reprocessamento da série e sua republicação corrigida para 3,82%.
Para 2025, que também está no foco da política monetária, agora já em maior grau que 2024, a projeção passou de 3,52% para 3,51%.
Considerando as 50 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,75% para 3,78%. Para 2025, a projeção passou de 3,52% para 3,51%, considerando 48 atualizações no período.
Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 34ª semana consecutiva – seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 34 semanas.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou no fim de janeiro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, igual à da reunião anterior, de dezembro. Para 2025, também seguiu em 3,2%. O colegiado reduziu a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,25% ao ano.
<b>Projeção suavizada</b>
Os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana, de 3,73% para 3,66%, de 3,82% há um mês.
Na divulgação da semana passada, constava 3,72% na mediana para este indicador. De acordo com o Banco Central, foi identificada alguma inconsistência durante a rotina de revisão das estatísticas, o que levou a um reprocessamento da série e sua republicação corrigida para 3,73%.
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. Como mostrou o <b>Estadão/Broadcast</b> no mês passado, com a chegada de mais diretores do Banco Central indicados por Lula, o decreto da meta de inflação poderia ser finalmente publicado.
<b>Curto prazo</b>
Os economistas revisaram parte das expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus desta terça. A mediana para fevereiro de 2024 passou de 0,73% para 0,76%. Há um mês, a expectativa era de 0,67%. Para o IPCA de março, a estimativa continuou em 0,24%, de 0,28% um mês antes. Já para abril, a previsão para o indicador seguiu em 0,36%, ante 0,38% de quatro semanas atrás.