Negociadores do grupo terrorista Hamas, de Catar e dos Estados Unidos chegaram neste domingo, 3, ao Egito para uma nova rodada de negociações no momento em que cresce a esperança por um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Cairo, Doha e Washington, que têm atuado como mediadores, tentam costurar há semanas uma nova trégua na guerra. Ontem, uma autoridade americana disse que Israel concordou "mais ou menos" com os termos do acordo – que prevê uma pausa nos combates de seis semanas para liberação de reféns e aumento do ajuda humanitária em Gaza – e disse que agora a responsabilidade recai sobre o Hamas.
A pressão por cessar-fogo aumentou com a morte de dezenas de palestinos desesperados atrás de um comboio com ajuda humanitária. O Hamas acusou Israel de abrir fogo contra civis que esperam por comida. Tel-Aviv, por outro lado, admite disparos, mas atribui o alto número de mortes a uma confusão.
A primeira e única pausa nos combates aconteceu no fim de novembro, quando cerca de 100 reféns israelenses foram liberados em troca de prisioneiros palestinos.
A guerra foi desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas, que matou 1,2 mil pessoas em Israel e levou mais 240 como reféns. Do lado palestino, o número de mortos passa de 30 mil, segundo o ministério da Saúde local. Estimativas americanas apontam que mais de 25 mil mulheres e crianças estão entre as vítimas.
<b>Protestos contra guerra</b>
No sábado, cerca de 15 mil israelenses se somaram à marcha que chegou a Jerusalém para exigir um acordo que permita a liberação dos reféns.
A marcha começou na quarta-feira passada em Reim, sede do festival de música onde o Hamas matou cerca de 360 pessoas no dia 7 de outubro, e chegou a Jerusalém, onde os protestos devem continuar na Praça Paris, em frente à casa do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
Após quatro dias de caminhada, na entrada de Jerusalém, os manifestantes leram os nomes dos 130 reféns que ainda estão no enclave palestino. Cerca de 30 deles já estariam mortos.
Os reféns já libertados Luis Har, Fernando Merman, Clara Merman e Gabriela Leimberg – todos da mesma família, sequestrados no kibutz Nir Yitzhak – lideraram a reta final da marcha.
Luis Har e Fernando Merman são os cidadãos israelense-argentinos que Israel resgatou no começo do ano em operação em Rafah, sul de Gaza. Clara e Gabriela foram libertadas duarante o cessar-fogo de novembro.
<i>(Com agências internacionais)</i>