Um grupo de manifestantes pró-Bolsonaro fez um protesto neste sábado, 2, em frente ao prédio onde o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tem residência, em São Paulo – o magistrado suspendeu a nomeação do novo diretor da Polícia Federal que tinha sido definida pelo presidente Jair Bolsonaro.
Com uso de um megafone, cerca de vinte manifestantes, com carros parados na calçada cobertos com a bandeira do Brasil, xingavam Moraes e pediam para que ele descesse até a rua. O ministro foi chamado de "comunista que não gosta de polícia" e que estava "com medo do Ramagem".
A reportagem apurou que duas pessoas acabaram detidas pela Polícia Civil de São Paulo e que podem ser alvos processo por ameaça, calúnia, injúria e difamação. Procurado, o ministro não comentou o assunto.
As agressões e ameaças contra o ministro do STF têm origem em sua decisão tomada na quarta-feira, 29. Poucas horas antes da cerimônia de posse do novo diretor-geral da PF, Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro escolhido para ocupar o posto, Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação. A decisão liminar atendeu a um pedido apresentado pelo PDT após o governo baixar decreto confirmando a indicação.
De acordo com Moraes, as declarações anteriores dadas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro sobre a tentativa de interferências na autonomia da corporação, além da divulgação de mensagens trocadas com o ex-ministro e a abertura do inquérito no próprio Supremo para investigar as acusações, motivaram a necessidade de impedir a posse de Ramagem.