O PSDB de São Paulo elegeu nesta quarta-feira, 6, o ex-deputado estadual Marco Vinholi como o novo presidente da sigla no Estado, após uma crise na disputa pelo controle do Diretório Estadual paulista que se arrastava desde o segundo semestre do ano passado.
Com a definição da nova Executiva Estadual, é esperado que o PSDB defina a sua estratégia para as eleições municiais deste ano, em especial na capital paulista, onde os tucanos se dividem entre três opções: apoiar o projeto de reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB); lançar uma candidatura própria; ou compor com a pré-candidata Tabata Amaral (PSB).
A reunião virtual que elegeu Vinholi como novo presidente foi marcada por tumulto. Isso porque o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), propôs que a decisão fosse adiada pela terceira vez. Serra, que é ligado ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, estava como presidente provisório e tentava se manter no comando do partido no Estado.
A proposta de Serra, porém, foi rejeitada pela maioria do Diretório Estadual. O encontro contou com a participação de 97 dos 105 membros do colegiado. A atual composição do diretório foi definida no dia 25 de fevereiro, após acordo entre diferentes alas que disputavam o comando do partido.
Depois do encontro que elegeu Vinholi, uma nota atribuída ao grupo de Serra alegando que a reunião do Diretório Estadual teria sido "cancelada por motivo técnicos" circulou em grupos de WhatsApp. Procurado pela reportagem, o prefeito de Santo André confirmou que a reunião ocorreu e admitiu que o adversário foi eleito como o novo presidente da sigla.
Ligado ao ex-governador João Doria (sem partido), Vinholi já foi presidente do PSDB de São Paulo entre 2019 e 2023. O seu retorno para a direção do partido pode representar um possível afastamento do PSDB da gestão de Ricardo Nunes, avaliam dirigentes da sigla.
Em novembro do ano passado, Vinholi foi retirado do cargo por decisão do então presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite, após suspensão da convenção estadual do partido. Leite também indicou uma executiva provisória, que foi presidida por Paulo Serra até fevereiro deste ano.
A definição do novo presidente do PSDB no Estado foi marcada por uma guerra de versões nos bastidores. Um grupo afirmava Vinholi estava intransigente e não abriria mão de voltar ao cargo. Já o outro grupo argumentava que a ala ligada ao governador gaúcho era autoritária, impondo Paulo Serra mesmo sem votos para elegê-lo.