As bolsas europeias fecharam majoritariamente em alta nesta sexta-feira, 22, com o clima beneficiado por dados econômicos mais animadores da região e após comentários de autoridades sobre política monetária. Frankfurt marcou novo recorde em reação à melhora da confiança das empresas alemãs, enquanto o índice referencial de Madri ficou perto dos 11 mil pontos. Já as ações vinculadas ao setor de bens de consumo de luxo voltaram a pesar sobre a Bolsa de Paris e também afetaram o mercado de Milão.
Em Frankfurt, o DAX subiu 0,18%, com o índice referencial alemão cravando novo recorde de 18.212,63 pontos. Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou com alta de 0,61%, aos 7.930,92 pontos. O CAC 40, de Paris, teve queda de 0,34%, terminando a sessão aos 8.151,92 pontos.
Na Alemanha, o índice Ifo de sentimento das empresas subiu mais que o esperado em março, para 87,8 pontos. Já no Reino Unido, as vendas no varejo ficaram estáveis na comparação mensal de fevereiro, surpreendendo analistas que previam queda de 0,3%.
No âmbito da política monetária, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, sinalizou, em entrevista ao <i>Financial Times</i>, que os mercados estão certos em prever mais do que um corte de juros este ano, ao dizer que está cada vez mais confiante de que a inflação do Reino Unido se move em direção à meta oficial de 2%.
Já o presidente do BC alemão (Bundesbank), Joachim Nagel, afirmou, durante webcast do <i>MNI</i> nesta sexta-feira, que "é crescente a probabilidade" de que o Banco Central Europeu (BCE) anuncie seu primeiro corte de juros antes das férias do verão europeu. Nagel ressaltou, porém, que é mais provável que uma redução de juros venha em junho do que em abril.
Em Paris, a Kering recuou 3,57%, estendendo a queda para o terceiro dia ainda sob efeito do alerta da empresa sobre queda das vendas da marca Gucci, divulgado na terça-feira.
Outras ações do setor de luxo também ajudaram a derrubar o CAC-40. No mercado francês, a LVMH registrou baixa de 2,28% e Hermes caiu 1,02%. A Brunello Cucinelli cedeu 3,07% em Milão, respondendo pela maior contribuição negativa do índice FTSE MIB, que teve variação de +0,05%, encerrando o pregão em 34.343,61 pontos.
Ainda em Milão, as ações da Enel subiram 0,18%, após se recuperarem da queda inicial. A empresa de energia anunciou, na quinta-feira, que seu lucro líquido mais do que duplicou no ano passado, apesar do declínio nas receitas devido aos preços mais baixos de energia ante 2022, quando os valores saltaram após o início da guerra entre Ucrânia e Rússia. A empresa, que tem sede em Roma e fornece energia a municípios da região metropolitana de São Paulo, obteve lucro líquido de 3,44 bilhões em 2023, ante 1,68 bilhão em 2022.
O resultado não trouxe surpresas, com o Ebitda e o lucro líquido em linha com as estimativas do Citi, afirmaram, em nota, os analistas Jenny Ping e Margherita Cristiana Sponza. O desempenho da empresa na Itália foi mais uma vez forte, ajudado pela sua divisão de varejo, compensada parcialmente pela América Latina e do Norte, escreveram.
"Continuamos vendo um plano de negócios confiável apresentado pela Enel, onde a entrega agora é fundamental para a reavaliação do preço das ações. Acreditamos que o desconto múltiplo que as ações da Enel negociam em relação aos pares deve fechar ainda mais", disseram os analistas.
Em Madri, o Ibex 35 subiu 0,70%, aos 10.943,20 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 ganhou 0,79%, aos 6.227,92 pontos. As cotações são preliminares.
<i>*Com informações da Dow Jones Newswires</i>