A Polícia Militar de São Paulo prendeu em flagrante dois homens, de 32 e 34 anos, e uma mulher, de 22, na madrugada deste domingo, 24, durante o festival Lollapalooza. O trio teria furtado mais de 30 celulares que foram recuperados pelos agentes. Junto deles, mais uma mulher participava da ação e conseguiu fugir dos policiais. Durante a fuga, a suspeita deixou cair o documento de identidade, que era falso, mas foi reconhecido por duas vítimas e agora ela é investigada.
Procurada pelo <b>Estadão</b>, a organização do festival respondeu que está apurando o ocorrido.
Natália Moreno Verrastro, de 32 anos, foi uma das vítimas do grupo. A produtora de televisão relembra que estava assistindo ao show da banda 30 Seconds to Mars no palco principal do festival quando percebeu a movimentação do trio. "Eles entraram na frente, incomodando, esbarrando. Quando eles passaram, instintivamente eu coloquei a mão no bolso, era um bolso com zíper na jaqueta, aí o celular não estava lá", relata.
A vítima relembra que foi atrás do grupo e chegou a discutir com um deles. "Ele disse que não tinha feito nada e que podia olhar. Com certeza o celular já estava com outra pessoa. Quando olhei para trás, procurando um segurança, ele fugiu". Natália abriu um boletim de ocorrência mas não conseguiu recuperar o aparelho furtado.
Na noite de sábado, 23, durante a apresentação da banda Titãs, a reportagem do <b>Estadão</b> presenciou uma movimentação anormal no lado esquerdo do palco. Em seguida, um rapaz acendeu a lanterna do celular e pediu licença para quem estava em volta. Ele procurava pelo celular de sua acompanhante, mas foi em vão. Quando a menina percebeu que havia sido furtada, passou mal e desmaiou. Ela foi retirada do meio do público com o auxílio de uma terceira pessoa. Não haviam seguranças por perto nesse momento.
Segundo a Polícia Militar os suspeitos foram identificados quando uma outra vítima, relatou ter sido furtada por duas mulheres no evento. O rapaz procurou os policiais e passou a geolocalização do aparelho, que foi encontrado juntamente com mais 32 celulares dentro da mochila de um dos assaltantes.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), alguns dos celulares recuperados eram de alto valor, chegando a custar R$ 9 mil reais, três deles foram devolvidos para as vítimas.
<b>Fãs tranquilos</b>
Na manhã deste domingo, 24, porém, fãs não definiram a questão da segurança como um desafio nos dias de festival. Alguns, inclusive, disseram terem se sentido mais seguros do que na edição passada.
"A revista foi muito melhor", afirma Mariana, de 24 anos. Giovana Roque, de 25, que aguardava sozinha a chegada de uma amiga no domingo para conferir SZA também comenta: "Achei que está tranquilo, estou me sentindo segura".
Leonardo Francis, de 27 anos , e Larissa Munhoz, de 25, ainda elogiaram o policiamento nos arredores do Autódromo de Interlagos. "Está melhor do que no ano passado, tem mais policiais", diz Leonardo.
Leni Veiga, de 57 anos, que veio pela primeira vez ao evento no domingo, também elogiou o policiamento. "Estou gostando", comenta.
<b>Cabine de atendimento</b>
A PM está atuando no festival com uma cabine exclusiva para atendimento de ocorrências. Operada por agentes do Centro de Operações da Polícia Militar de São Paulo (Copom), o objetivo é facilitar a comunicação dos operadores com os policiais no evento.
Além da cabine de operação, o Copom está trabalhando com intérpretes de inglês e espanhol para auxiliar turistas estrangeiros que estejam curtindo o festival. As chamadas que geralmente são realizadas pelo centro de operações – o conhecido 190 dos brasileiros – também podem ser feitas a partir do 911, número que centraliza o atendimento de emergência dos Estados Unidos. Da mesma forma, quem ligar para 112, contato de emergência dos países da União Europeia, também terá a ligação direcionada para o Copom de São Paulo.