Os ex-vereadores de Guarulhos, Toninho Magalhães, que foi secretário do prefeito Guti até poucos meses, e Ramos da Padaria, que não se reelegeu na eleição de 2020 pelo PSD, acabam de mudar radicalmente de suas condições políticas e ideológicas para abraçar uma pré-candidatura de esquerda na cidade. Ambos foram cooptados pelo deputado federal do PT, Alencar Santana, que busca nomes de outras agremiações para bater de frente com o ex-petista e agora no Solidariedade, o ex-prefeito Eloi Pietá.
O caso de Toninho Magalhães é bastante curioso e personifica a figura de um traidor típico, a exemplo do que a ex-prefeita Marta Suplicy que foi secretária do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), até o último momento em que pode até sair do governo paulistano para voltar ao PT e se tornar a pré-candidata a vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL), que se apresenta como o principal nome contrário a Nunes.
Marta e Alencar compõem mesa juntos FOTO: Divulgação
Ex-presidente do PTC, partido aliado do prefeito Guti (PSD) que se tornou o Agir, que faz parte da base aliada do governo, Magalhães teve participação direta no primeiro escalão nas duas gestões do atual mandatário. Primeiro foi secretário adjunto de Assuntos Legislativos. Desde 2021, ascendeu ao cargo de secretário municipal de Trabalho, pasta de grande visibilidade política, que comandou durante três anos.
Fora do governo desde o fim do ano passado, já que seria um dos candidatos a vereador ligados à base agora pelo Avante, partido que ajudou a montar na cidade, manteve-se fiel ao prefeito até poucos dias atrás. No entanto, agora vai aos braços da esquerda com Alencar, o mesmo caminho seguido pelo ex-vereador Ramos da Padaria, que comanda o Avante na cidade. Ex-vereador do PP, eleito em 2012 e reeleito pelo DEM em 2016, foi um dos nomes da base de Guti na Câmara, participando diretamente do primeiro mandato, com diversas realizações levadas pela Prefeitura aos bairros de sua base eleitoral. Tanta era a proximidade com o prefeito que ele migou para o PSD para concorrer à segunda reeleição em 2020, não obtendo êxito. Mesmo assim se manteve ligado a gestão de Guti, assumindo o Avante em 2023.
Da mesma forma que Magalhães, Ramos seguiu a cartilha dos traidores ao entregar seu atual partido, o Avante, para o PT, numa guinada da direita para a esquerda, sem se importar com o viés ideológico de sua conduta política.
Em resposta ao GWeb, Ramos afirmou que a decisão foi tomada pelo diretório nacional do partido. “Eu só acompanhei. Eu fui candidato pelo PSD e não me reelegi e nunca ocupei cargo no governo Guti. Estou presidindo o partido Avante há 12 meses e continuo sendo Avante”.
Toninho Magalhães foi procurado pelo GWeb para se manifestar, porém até o momento não retornou. O espaço segue aberto para suas considerações.
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