O presidente Luiz Inácio Lula da Silva presenteou o presidente da França, Emmanuel Macron, com queijos de diversas regiões do Brasil, principalmente de Minas Gerais, e espumante produzido na Serra Gaúcha. O francês encerrou sua viagem ao País nesta quinta-feira, 28, com agendas oficiais em Brasília. Desde terça-feira, 26, ele passou por Belém, Rio de Janeiro e São Paulo.
Um dos queijos recebidos por Macron é o Canastra do Serjão. Produzido na cidade mineira de Piumhi, na Serra da Canastra, tem maturação especial e a presença de mofo branco. O produto foi premiado mundialmente, inclusive na França, quando recebeu o bronze na Mondial Du Fromage, em 2019, e ganhou o Super Ouro na mesma competição, em 2021.
"Presenteei o presidente Emmanuel Macron com cinco dos melhores e mais premiados queijos brasileiros, inclusive reconhecido na França, para que ele possa me dizer o que achou deles", escreveu Lula no X (antigo Twitter).
Também de Minas Gerais, mais especificamente do Sul do Estado, foram escolhidos os queijos Goa Moderado, produzido na cidade de Aiuruoca; Maranata Bronze, de Virgínia; e Lua Cheia, produto do município de Bueno Brandão. Completaram a lista o queijo Cuesta, produzido em Pardinho, município paulista a 200 quilômetros de São Paulo, e o paraense Queijo do Marajó.
Macron voltou a se opor nesta quinta-feira à assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia nos moldes atuais. Ele disse que as negociações, que se arrastam há 25 anos, precisam ser reabertas para incluir medidas que colaborem no enfrentamento às mudanças climáticas, como já havia pedido durante o Fórum Econômico Brasil-França, realizado na quarta-feira, 27, na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Segundo o presidente francês, não é possível abrir o mercado europeu a produtos sul-americanos que não seguem a legislação europeia, mais rígida em relação às regras para desmatamento e descarbonização. "Esse acordo é um freio ao que estamos fazendo para retirar o carbono da economia e lutar em prol da biodiversidade", afirmou Macron.
Lula, por sua vez, tratou a oposição com naturalidade e disse que manterá as tratativas com a União Europeia. "Como o Brasil tinha o direito de ser contra a primeira proposta, acho normal e democrático que Macron tenha o direito de ser contra. Vamos continuar conversando com a União Europeia", declarou o presidente brasileiro.
Durante a visita ao Brasil, Macron participou da cerimônia de batismo de um dos cinco submarinos de uma parceria entre Brasil e França firmada em 2008. O Toneleiro, como foi chamado, é o terceiro submarino convencional com propulsão diesel-elétrica construído totalmente no Brasil a partir do acordo.
O presidente francês condecorou o líder indígena Cacique Raoni, da etnia Kaiapó, com a medalha da Ordem Nacional da Legião de Honra, a mais alta condecoração da França. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, também foi condecorada com a medalha nesta quinta-feira.
Lula e Macron anunciaram também um programa que pretende investir 1 bilhão de euros (R$ 5,4 bilhões) na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa, território ultramarino da França na América do Sul. Os investimentos devem ser direcionados principalmente para ações de conservação e manejo sustentável das florestas e o planejamento e valorização econômica dos ecossistemas e áreas florestais.