A cada ano, o número de golpes e fraudes virtuais só aumenta. De acordo com dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 208 golpes por hora em 2022. Foram 1,8 milhão de ocorrências no país – uma alta de 37,9% em relação a 2021. "E na saúde não é diferente", segundo <a href="https://saudesemfraude.com.br/wp-content/uploads/2024/03/volume-3-golpes-virtuais.pdf" target=_blank><u>nova cartilha</u></a> lançada pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), representante dos principais grupos de operadoras de planos de saúde no País.
De acordo com o documento, algumas abordagens tentam roubar dados pessoais, outras visam obter vantagens financeiras. "Mas seja qual for o caso, o consumidor sempre sai prejudicado", aponta o material.
Para ter uma ideia do impacto dos golpes e fraudes no setor, uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), realizada pela consultoria Ernst & Young (EY), estimou que esses tipos de crimes causaram perdas estimadas em R$ 34 bilhões às operadoras de plano de saúde somente em 2022.
Diante desse cenário, a FenaSaúde criou a campanha "Saúde Sem Fraude". A iniciativa, que já tem um ano, visa esclarecer, informar e orientar os brasileiros sobre as melhores práticas e o uso consciente dos planos, com o objetivo de prevenir golpes e fraudes.
Por meio de material educativo, como cartilhas e vídeos, e um canal de denúncia, o site da campanha registrou quase 500 mil acessos em 2023, com o link de denúncia sendo clicado cerca de 12 mil vezes.
Agora, com o lançamento da terceira cartilha, focada especificamente nos golpes virtuais, a expectativa é ampliar ainda mais a conscientização dos usuários de planos.
A seguir, destacamos algumas informações contidas no documento, que abordam os principais tipos de golpes e as formas de prevenção.
<b>Falso boleto</b>
Receber boletos do plano de saúde por e-mail é conveniente, mas é importante ficar atento. O golpe do falso boleto acontece quando golpistas criam sites falsos ou enviam boletos alterados por e-mail, SMS ou outros canais, se passando pela operadora. No entanto, o código de barras conta com dígitos fraudulentos, que desviam os valores pagos para a conta do golpista.
<b>Desconfie quando:</b>
1. Código de barros falhado
Muitas vezes o código falhado é uma estratégia para fazer o consumidor ligar para uma falsa central de atendimento, que informa os dados bancários do fraudador para pagamento.
2. Erros de português
Em boletos fraudados, é comum aparecerem pequenos erros de português.
<b>Como se proteger?</b>
1. Antes de finalizar o pagamento do boleto, certifique-se de que o favorecido/beneficiário é de fato a sua operadora de plano de saúde;
2. Se precisar de 2ª via, solicite apenas nos canais oficiais, como aplicativo ou site da operadora;
3. Não aceite contatos de pessoas oferecendo descontos no pagamento de sua mensalidade;
4. Nunca clique em links suspeitos ou faça download de anexos não solicitados;
5. Se possível, cadastre a opção de DDA (Débito Direto Autorizado) junto ao seu banco. Dessa forma, todas as cobranças regularizadas registradas em seu CPF serão automaticamente enviadas para sua conta bancária;
6. Sempre que tiver dúvidas sobre a veracidade do boleto, entre em contato com a sua operadora.
<b>Falsa central de atendimento</b>
Nesse golpe, os criminosos entram em contato por telefone, WhatsApp ou SMS se passando por funcionários do plano de saúde, com o objetivo de subtrair dados ou dinheiro. Algumas ligações são gravações direcionando a outros canais falsos.
Durante o contato, pode ser solicitada transferência bancária com o argumento de que o plano de saúde será cancelado se o valor não for pago. Outro golpe informa que o cliente tem um reembolso grande a receber, mas que só será liberado mediante pagamento de uma pequena quantia. Há ainda casos em que é solicitado dinheiro para liberar a cirurgia de algum familiar que está internado.
<b>Como se proteger?</b>
1. Nunca forneça informações sem verificar a legitimidade da solicitação;
2. Confira na sua carteirinha, no aplicativo ou no site da sua operadora os canais oficiais de atendimento;
3. Não realize transferências bancárias para liberar cirurgias de familiares internados. As operadoras de planos de saúde não entram em contato solicitando valores para esse tipo de procedimento.
4. Nunca efetue depósitos adicionais para a liberação de reembolso de procedimentos que você já pagou pelo atendimento. Caso ocorra contato nesse sentido, denuncie.
5. Não clique em links recebidos por SMS, nem ligue para telefones informados por mensagens de celular.
<b>Propaganda enganosa</b>
Algumas páginas de clínicas nas redes sociais anunciam procedimentos estéticos como se fossem cobertos pelo plano de saúde, inclusive oferecendo "vantagens" como cashback ou descontos. Quando isso acontecer, desconfie. Os planos de saúde não cobrem serviços como botox para rejuvenescimento, massagem modeladora, personal trainer, harmonização facial ou qualquer outro com finalidades estéticas.
Há também perfis que fazem propaganda como se fossem da rede referenciada das operadoras de planos de saúde, inclusive usando suas logomarcas indevidamente, quando, na realidade, os locais não são credenciados.
<b>Como se proteger?</b>
1. Em caso de dúvidas sobre o que o seu plano de saúde dá direito ou sobre prestadores de serviços credenciados, informe-se junto à sua operadora;
2. Não aceite recibo ou nota fiscal de procedimentos não realizados para justificar o recebimento de reembolso pelo plano de saúde;
3. Jamais compartilhe seu login e sua senha do aplicativo do plano de saúde com terceiros, principalmente com prestadores de serviços;
4. Antes de assinar a guia de atendimento, confira se os procedimentos realizados são os mesmos descritos no documento;
5. Quando receber um reembolso, verifique no extrato de utilização se os procedimentos reembolsados são os de fato realizados;
6. Caso se depare com alguma publicação nas redes sociais oferecendo tratamentos de beleza pelo plano, denuncie à sua operadora ou na página do Saúde Sem Fraude.
<b>Site falso</b>
Criminosos podem criar páginas de sites falsos ou perfis nas redes sociais, utilizando-se indevidamente da marca das operadoras de planos de saúde. Através de ofertas enganosas, realizam vendas e negócios falsos, ou produzem boletos com dados bancários adulterados, levando o usuário ao prejuízo.
Também pode haver falsas corretoras, que simulam a venda de planos de saúde na internet, mas, na verdade, tudo não passa de um golpe. Ou seja, a pessoa nunca terá acesso ao serviço, porque a corretora não existe e o plano não foi contratado.
<b>Como se proteger?</b>
1. Cheque o site oficial da sua operadora, através dos canais de atendimento ou aplicativo;
2. Não troque mensagens com perfis não confirmados. Os perfis das operadoras nas redes sociais e WhatsApp contam com selos verificados;
3. Confirme com a operadora se o corretor é credenciado para comercialização antes de fechar a contratação de um plano de saúde;
4. Evite compartilhar informações pessoais na internet, como nome, endereço, número de documentos ou estado de saúde;
5. Desconfie de ofertas que oferecem vantagens tentadoras;
6. Não realize transações financeiras sem ter certeza da veracidade do emissor da cobrança.