Apesar do crescimento modesto no ano passado, as exportações do Brasil de produtos de alta intensidade tecnológica seguem abaixo do nível de antes da pandemia, conforme mostra um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a entidade, os dados da balança comercial do ano passado mostram que a pauta das exportações brasileiras tem perdido intensidade tecnológica e segue em processo de comoditização – ou seja, de crescente peso dos produtos primários. O estudo foi obtido com exclusividade pelo <I>Broadcast</I> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).
Os embarques de produtos de alta tecnologia chegaram a US$ 8 bilhões em 2023, o que corresponde a um avanço de 3,1% frente ao ano anterior, mas ainda 14,7% abaixo do valor apurado em 2019: US$ 9,3 bilhões. O grupo engloba exportações da indústria de aeronáutica, responsável por quase metade (46%) das vendas que o Brasil faz ao exterior de alta tecnologia, assim como os embarques de produtos químicos, farmacêuticos, instrumentos científicos e aparelhos eletrônicos e de telecomunicações.
Após mostrar que a participação da indústria de transformação nas exportações brasileiras caiu de 54,3% para 52,2% no ano passado, enquanto a parcela da agropecuária subiu de 22,4% para 24%, a CNI cobra no estudo uma agenda de competitividade, que inclui entre as prioridades a eliminação de barreiras comerciais e a celebração de acordos internacionais.
A participação de produtos de alta intensidade tecnológica nas exportações totais do Brasil segue estagnada em apenas 2,3% há três anos, demonstrando, conforme a entidade, uma "notável dificuldade" de crescimento. No estudo, a CNI destaca os benefícios de o País buscar uma pauta mais diversificada, como a menor vulnerabilidade a choques externos.