O diretor executivo da Volkswagen AG, Herbert Diess, avaliou nesta segunda-feira (25) que a estratégia de uma indústria de produzir em vários países é uma forma de aumentar a competitividade e ganhar espaço da concorrência. Ele fez a afirmação ao ser questionado se teria planos de troca de fornecedores ou locais de atividade, com a crise gerada pela pandemia de coronavírus. A concorrente americana Ford anunciou no último dia 11 de janeiro o fechamento de unidades de produção brasileiras.
"Não vamos mudar a cadeia de suplementos por questões específicas. Temos que ter a ideia de que os mercados estão abertos. A maior vantagem para a produção de diferentes localidades é a competitividade", afirmou Diess durante o painel "Restaurando o crescimento econômico", promovido pelo Fórum Econômico Mundial, que este ano trocou o encontro presencial em Davos por um evento online devido à pandemia de coronavírus. Uma edição in loco está prevista para ocorrer em maio, em Cingapura.
O executivo da Volkswagen disse que a crise forçou as companhias a reduzirem suas metas de 2020, mas que o foco existente nas mudanças climáticas deve ser visto como um estímulo para setor. Em maio do ano passado, a Volkswagen anunciou que estava aumentando sua participação na joint venture com a chinesa JAC para ampliar sua atuação em carros elétricos. "A China está mudando na direção correta. Dependemos da China e temos que aproveitar também seus benefícios. A China é uma oportunidade boa, tem desenvolvimento tecnológico, engenheiros e estão se desenvolvendo mais", considerou.
O debate do qual Diess participou ocorreu a partir da previsão do Banco Mundial de que a maioria dos países entrou em recessão em 2020, com o Produto Interno Bruto (PIB) global se contraindo em mais de 5%. Os participantes examinam como restaurar o crescimento, com recomendações sobre como empresas e governos podem colaborar de forma mais eficaz em uma nova agenda econômica que aumenta a produtividade, sustentabilidade e prosperidade compartilhada em 2021.
Além do CEO, também fizeram parte do painel a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, o presidente e CEO do Goldman Sachs, David Solomon, e o ministro da Economia e Energia da Alemanha, Peter Altmaier.