Presidente do PSDB na cidade de São Paulo, o ex-senador José Aníbal (PSDB) se encontrou com Michel Temer (MDB), um dos articuladores de Ricardo Nunes (MDB), e disse ao ex-presidente que não há chance de os tucanos apoiarem a reeleição do prefeito. O encontro entre os dois, que mantêm boa relação, ocorreu no último domingo, 21.
O diretório nacional do partido se reuniu na quarta-feira, 25, para discutir a eleição na capital paulista e, como mostrou o <b>Estadão</b>, não definiu se vai ter candidato próprio, se aliar a Tabata Amaral (PSB) ou apoiar Nunes. Segundo Aníbal, embora o nome do prefeito tenha sido citado na reunião, a opção não é considerada. Ele menciona a votação ocorrida no diretório municipal no fim de março que definiu que o partido não se aliará com o chefe do Executivo paulistano.
"O apoio ao Ricardo não está nem por hipótese contemplado nas nossas conversas para dar protagonismo ao PSDB de São Paulo", disse o tucano, acrescentando que o entorno do prefeito está movendo "mundos e fundos" para conseguir o apoio do partido. "Eles queriam que o protagonismo do PSDB fosse dentro da sopa de letrinhas partidárias", continuou, se referindo à coligação formada por Nunes, que conta com PL, PSD, Republicanos, PP, Podemos, Avante, PRD, Solidariedade, Mobiliza e ainda deve receber a chegada do União Brasil.
A ala dos tucanos que quer apoiar o prefeito argumenta que ele representa o legado de Bruno Covas, morto vítima de um câncer em 2021 quando governava a capital paulista, e que seria incoerente não apoiar o emedebista que compôs com o PSDB há quatro anos.
As lideranças nacionais do partido sempre ressaltam que o ideal é ter candidato próprio, que seria o apresentador José Luiz Datena (PSDB), mas resta a dúvida se ele toparia a empreitada diante do histórico de recuos eleitorais. Na reunião, foi discutido se há outro nome na sigla, de preferência jovem, que poderia representar uma novidade na disputa eleitoral, mas nenhum candidato potencial foi identificado.
"Até porque o partido foi muito esculhambado nesses anos todos de dorismo e rodriguismo", disse Aníbal, em alusão aos ex-governadores João Doria e Rodrigo Garcia, que será o coordenador do plano de governo de Ricardo Nunes.
O ex-senador elogiou Tabata e demonstrou animação com o resultado da pesquisa Atlas/CNN na qual ela aparece na terceira colocação da disputa, com 14,7% das intenções de voto. A deputada do PSB foi quem articulou a ida de Datena para o PSDB, em um movimento para que os tucanos a apoiem e indiquem o apresentador como vice em sua chapa.
Além de Anibal e de Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, a reunião do diretório nacional contou com a participação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, do prefeito de Santo André, Paulo Serra e dos deputados federais Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel. Um novo encontro deverá ocorrer em cerca de 10 dias para dar continuidade às discussões sobre a eleição paulistana.