Estadão

Ouro fecha em queda de 2%, em compasso de espera por Fed

O ouro fechou em queda nesta terça-feira, 30, enquanto investidores alinham expectativas para decisão monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ante temores de aperto prolongado. Esta perspectiva apoiou a alta do dólar e dos rendimentos dos Treasuries, em detrimento do metal precioso.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho fechou em queda de 2,3%, a US$ 2.302,90 a onça-troy. No mês, o metal precioso valorizou 2,9%.

A ampla expectativa por manutenção nos juros do Fed na quarta-feira e a espera por novos sinais de política monetária pressionaram o ouro neste pregão, avaliam os especialistas da S&P Angel.

A consultoria nota que os mercados esperam um tom mais rígido dos dirigentes no comunicado, seguindo a inflação mais forte que o esperado. Historicamente, taxas de juros elevadas prejudicam apetite por ouro, em favor do dólar e dos rendimentos dos Treasuries.

Ainda no radar, dados do PMI industrial da China demonstraram que o setor segue em território de expansão – apesar das divergências nas leituras da S&P Global e do escritório de estatísticas chinês – e um relatório do Conselho Mundial do Ouro apontou que a China representou boa parte da demanda pelo metal no primeiro trimestre de 2024.

No entanto, o Julius Baer argumenta que ainda não há fundamentos suficientes para justificar o recente rali do ouro, mesmo com os indícios de "forte demanda chinesa e compras contínuas por bancos centrais". Para o banco, esses fatores devem sustentar os preços do ouro em níveis estruturalmente elevados, mas não o bastante para quebrar novas barreiras.

"Duvidamos que esses investidores vão dispor recursos para pagar valores mais altos pelo ouro. Consequentemente, mantemos cautela e projetamos que o ouro deve cair para US$ 2,2 mil por onça-troy em três meses e para US$ 2 mil nos próximos doze meses", prevê o Julius Baer.

Já o ANZ mantém "visão positiva" sobre os preços do ouro. "Uma correção saudável parece provável antes de ocorrer novo rali até o nível de US$ 2,5 mil por onça-troy", afirma o banco.

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