Porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying afirmou nesta sexta-feira, 18, que as relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos chegaram ao pior nível desde o estabelecimento de laços diplomáticos, há 41 anos. "Isto disputa comercial não está entre os melhores interesses do povo chinês e americano, nem é útil quando a cooperação mundial é necessária para superar dificuldades", afirmou.
Segundo a porta-voz, sem citar nomes, erros de cálculo de alguns políticos norte-americanos estão por trás, entre outras coisas, das ameaças à estabilidade internacional, ao comércio e às relações bilaterais.
Pelo Twitter, Hua afirmou que os Estados Unidos ignoram o imenso espaço para cooperação entre os dois países, buscam difamar o Partido Comunista Chinês por viés ideológico e tentam construir uma coalizão global contra o país asiático.
Segundo avaliação publicada pela porta-voz, os interesses dos países estão tão entrelaçados que a maioria deles não quer "escolher um lado".
"É importante que a política americana para com a China retorne à objetividade e sensibilidade o mais rápido possível", afirmou a porta-voz. "A política da China para com os Estados Unidos sempre foi estável e consistente", completou.
<b>Taiwan e Hong Kong</b>
A porta-voz ainda defendeu a soberania do país em decidir sobre disputas em Taiwan e Hong Kong, onde protestos sobre a deportação de perseguidos políticos têm ocorrido há mais de um ano, e Tibete e Xinjiang, onde há relatos de perseguição a grupos étnicos pelo governo chinês. "Estes são assuntos internos da China e dizem respeito aos valores fundamentais do país. Nenhum deles estará sujeito à interferência externa", afirmou. "Precisamos respeitar as escolhas da cada um sobre os assuntos ideológicos: de sistema econômico e desenvolvimento".
<b>Resposta</b>
Os comentários de Hua Chunying acontecem após o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, confirmar que 77 empresas da China foram adicionadas a uma lista de restrições à exportação.
A medida impede que outras companhias exportem tecnologia americana para as chinesas, entre elas a Semiconductor Manufacturing International (SMIC), maior fabricante de microchips do país asiático.