Os ministros Marco Aurélio Mello e Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), já tomaram a primeira dose da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantã, em São Paulo. Os dois são os ministros do STF com idade mais avançada, já sendo beneficiados com a distribuição de vacinas pelo governo do Distrito Federal, que tem dividido a aplicação das doses segundo a faixa etária da população.
"As pessoas têm de perceber que a vacina se volta ao coletivo, não é algo individual. A pessoa pode ficar assintomática com o vírus, mas ela evidentemente se comunica com outras e passa, é condutora. Tem de tomar a vacina, cuidando do todo, do bem-estar. É um ato de solidariedade, de todos estarmos de mãos dadas", disse ao <b>Estadão</b> Marco Aurélio Mello, de 74 anos.
O ministro, que esperou quarenta minutos para ser atendido, se aposenta em julho deste ano, quando completa 75 anos, abrindo uma nova vaga na Corte para indicação do presidente Jair Bolsonaro.
Durante a sessão plenária desta quinta-feira, 18, Rosa Weber, de 72 anos, comunicou aos colegas que recebeu a primeira dose da vacina e fez questão de parabenizar os agentes de saúde do Distrito Federal.
"Sinto-me privilegiada por ter recebido hoje, em função da minha faixa etária, ir lá no Parque da Cidade, no drive-thru, depois de duas horas e vinte de espera, a primeira dose da vacina Coronavac. Ficam aqui os meus votos de que todos os brasileiros consigam receber essa vacina, que é a arma que dispomos contra esta calamidade terrível", disse Rosa.
"Faço registro da competentíssima equipe da saúde do Distrito Federal. Fomos todos um por um, carro por carro", acrescentou a ministra.
Após o comentário de Rosa Weber, o ministro Luís Roberto Barroso se disse "surpreso" ao saber que a colega já havia chegado à idade habilitada para ser imunizada. "Vossa Excelência é muito gentil", respondeu Rosa.
Ao menos quatro ministros do STF já foram infectados pelo novo coronavírus: o presidente do STF, Luiz Fux; e os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia.
<b>Reserva</b>
Em dezembro do ano passado, a Fiocruz rejeitou um pedido do Supremo de" reserva" de doses de vacinas para 7 mil pessoas, entre ministros, servidores e colaboradores. A instituição, que afirma não caber a ela "atender a qualquer demanda específica", já havia negado uma solicitação semelhante do Superior Tribunal de Justiça (STJ).