Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em março, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou 73,8 pontos, um avanço de 0,6% em relação a fevereiro.
Apesar da melhora, o resultado ainda foi o pior para meses de março dentro da série histórica iniciada em 2010. Em relação a março de 2020, o ICF recuou 26,1%, a 12ª queda consecutiva nesse tipo de comparação. O índice permanece abaixo do nível de satisfação – aquém de 100 pontos – desde abril de 2015, quando estava em 102,9 pontos.
A melhora na passagem de fevereiro para março foi puxada pela avaliação das famílias sobre o mercado de trabalho. Entre os entrevistados, 32,7% responderam que se sentem tão seguros com seu emprego atual quanto no ano passado, ante uma fatia de 32% registrada em março.
O componente de emprego atual subiu 0,8% em março ante fevereiro, para 90,0 pontos. As avaliações sobre a perspectiva profissional aumentaram 0,9%, para 89,8 pontos; o componente renda atual avançou 0,4%, para 79,3 pontos; a perspectiva de consumo subiu 0,6%, para 68,5 pontos; e o momento para consumo de bens duráveis aumentou 1,8%, para 47,1 pontos.
"Observamos que, além dos índices relativos à melhora no mercado de trabalho, há percepção de crescimento da intenção de consumo das famílias ou, ao menos, uma tendência menos conservadora de gastos captada neste mês. A continuação da recuperação da expectativa de consumir em março demonstra que, mesmo com o recuo nas perspectivas em relação ao consumo hoje, o brasileiro permanece confiante no seu poder de compra no prazo mais longo", avaliou Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC responsável pelo estudo, em nota oficial.
Por outro lado, houve piora em março ante fevereiro nos componentes acesso ao crédito (-0,5%, para 85,9 pontos) e nível de consumo atual (-0,6%, para 56,0 pontos).