Estadão

Após derrota em votação da UE, Macron convoca eleições legislativas

Em uma reação imediata à derrota para a extrema direita nas urnas na eleição do Parlamento Europeu, em disputa que durou toda a semana passada e terminou neste domingo, 9, o presidente da França, Emmanuel Macron, decidiu dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas antecipadas. Com a decisão, um novo pleito ao Legislativo francês irá ocorrer entre os dias 30 de junho e 7 de julho, com primeiro e segundo turnos.

De acordo com estimativas dos institutos de pesquisa Ifop e Ipsos, o candidato de extrema direita do Reunião Nacional (RN), Jordan Bardella, obteve entre 31,5% e 32,4% dos votos, seguido de longe pela candidata da situação Valérie Hayer (15,2%) e pelo socialista Raphael Glucksmann (14% a 14,3%). "Macron é esta noite um presidente enfraquecido", disse Bardella.

Também no domingo, a líder do RN, Marine Le Pen, celebrou o resultado e declarou que o partido está "pronto para exercer o poder". A votação, uma das melhores da história da legenda, confirma os esforços de Le Pen para dar uma imagem mais moderada à formação que herdou em 2018 de seu pai, Jean-Marie Le Pen, conhecido por seus comentários racistas e antissemitas.

Esses resultados também poderiam impulsionar as chances de Le Pen para a eleição presidencial de 2027, na qual Macron não poderá concorrer. Em 2022, o centrista venceu a ultradireitista no segundo turno com 58,54% dos votos.

As eleições antecipadas não afetariam o mandato de Macron, que permaneceria como presidente até 2027, mas ele poderia ter de compartilhar o poder com um governo de outro espectro político pouco antes dos Jogos Olímpicos de Paris neste ano, uma "coabitação" que ocorreu apenas duas vezes, entre conservadores e socialistas, desde 1958.

<b>PARLAMENTO</b>

Uma projeção inicial da Comissão Eleitoral da União Europeia (UE) indica que os partidos de extrema direita obtiveram vitórias importantes nas eleições para o Parlamento Europeu.

No entanto, mesmo perdendo assentos para legendas lideradas pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, pelo líder húngaro Viktor Orbán, por Geert Wilders, na Holanda, e por Le Pen, na França, os membros pró-UE ainda deverão ter maioria no colegiado.

As projeções sugerem que a soma dos conservadores moderados, dos social-democratas e dos liberais centristas continuará a ser maioria, em um grande bloco com 389 assentos, de um total de 720. Já o grupo político de extrema direita está dividido em dois. De um lado, está o bloco Conservadores e Reformistas (ECR) e, do outro, o Identidade e Democracia (ID), separados por posições diferentes até sobre a própria manutenção da UE.

Após as primeiras projeções de resultados, a presidente da Comissão Europeia e candidata ao segundo mandato, a alemã Ursula von der Leyen, prometeu combater "os extremos". "Vamos construir um baluarte contra os extremos da esquerda e da direita. Vamos contê-los. Isso é certo", disse Ursula. Alemanha, com 96, França, com 81, Itália, com 76, Espanha, com 61, e Polônia, com 53, são os países com mais representantes no Parlamento Europeu.

<b>REVÉS</b>

Além da França, outra derrota relevante dos moderados ocorreu na Alemanha.

Segundo projeções feitas pelos canais públicos de televisão ARD e ZDF, os social-democratas, do chanceler Olaf Scholz, obtiveram 14% dos votos, atrás dos conservadores (CDU e CSU), com 30%, e da extrema direita, do Alternativa para a Alemanha (AfD), que estava com 16,5%. "É um resultado muito amargo para nós", declarou Kevin Kuehnert, secretário-geral do SPD, partido de Scholz. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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