O varejo de livros no Brasil sentiu um duro golpe com a quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus: o mês de abril registrou uma queda de 47% nas vendas comparado com o mesmo período em 2019. O faturamento no mês foi de R$ 65 milhões. No ano anterior, tinha sido de R$ 125 milhões.
A queda era prevista pelo setor, que vem enfrentando crise atrás de crise nos últimos anos. No ano, o varejo caiu cerca de 9% em faturamento e volume de obras de vendidas.
Os dados são do mais recente Painel de Varejo de Livros no Brasil, elaborado pela Nielsen em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), divulgado nesta terça-feira, 5. A queda acentuada em abril reflete o fechamento das livrarias físicas nas principais cidades brasileiras.
A perda foi maior na primeira semana do chamado quarto período, de 25/3 a 21/4. "Ou seja, passado o impacto inicial do fechamento das lojas, as vendas apresentam recuperação gradual a cada semana, ainda que negativas, finalizando o período com um volume próximo a 2/3 do ano anterior", diz o material de divulgação do SNEL.
No acumulado do ano, o setor contabiliza 11,16 milhões de livros vendidos, com arrecadação de R$ 537,04 milhões. Nos quatro primeiros meses de 2019, foram vendidas 12,23 milhões de obras, com faturamento de R$588,91 milhões. Em percentuais, a queda foi de 8,70% em volume e 8,8% em valor, se comparados os mesmos intervalos de tempo.
Para a realização do Painel, os dados são coletados diretamente do "caixa" das livrarias, e-commerce e varejistas colaboradores. As informações são recebidas eletronicamente em formato de banco de dados. Após o processamento, os dados são enviados online e atualizados semanalmente.