Estadão

Congressistas democratas e republicanos dos EUA se reúnem com Dalai-Lama, sob críticas da China

Uma delegação bipartidária de congressistas dos Estados Unidos se reuniu nesta quarta-feira (19) com o Dalai-Lama, na residência dele em Dharamshala, na Índia. O fato gerou críticas da China, que vê o líder espiritual exilado do budismo tibetano como um perigoso separatista.

O episódio ocorre no momento em que Washington e Pequim retomaram recentemente conversas, após vários anos de turbulências que começaram após a imposição de tarifas sobre produtos chineses, sob o governo Donald Trump. As relações pioraram ainda mais durante a pandemia da covid-19 e com as tensões militares crescentes no Mar do Sul da China e no Estreito de Taiwan.

A delegação de alto nível, liderada pelo deputado republicano Michael McCaul, incluía a democrata Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara dos Representantes e chegou na terça-feira (18) à cidade indiana, onde o Nobel da Paz se refugiou desde um fracassado levante contra o regime chinês em 1959. Além disso, eles se encontraram com autoridades do governo do Tibete no exílio, que querem mais autonomia para o Tibete.

Pequim não reconhece esse governo exilado e não quer qualquer diálogo com representantes do Dalai-Lama desde 2010. Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian disse que Washington não deve apoiar a independência tibetana nem assinar qualquer lei nessa linha, ou o país adotará "medidas resolutas", não especificadas.

Lin afirmou que é sabido que o Dalai-Lama não é apenas uma figura religiosa, mas um exilado político com atividades separatistas anti-China. O Dalai-Lama, hoje com 88 anos, nega ser separatista e diz que defende apenas autonomia substancial e proteção à cultura budista nativa do Tibete. Fonte: Associated Press.

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