O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu a falta de representatividade no governo federal e classificou a ausência de mulheres e negros no Executivo como um "problema crônico". O petista, contudo, afirmou ser "mais difícil" encontrar mulheres e negros para exercerem determinados cargos.
"Como a mulher não teve uma participação ativa por muito tempo, fica mais difícil você encontrar mulher para determinados cargos, e fica mais difícil você encontrar negros para determinados cargos", declarou Lula em entrevista ao <i>UOL</i>, nesta quarta-feira, 26. "Não é que não tenha, é que a oferta é menor na medida em que, embora seja a maioria da população, não tiveram uma participação político-histórica mais contundente", acrescentou.
O presidente afirmou que discute, "todo dia", a ausência de mulheres no governo com a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja. "Isso é um problema crônico que é meu dia a dia", pontuou.
Diante do cenário, Lula disse "querer e precisar" de mais mulheres e negros na composição do governo. "Preciso que o governo tenha a cara do Brasil", comentou.
Em 2023, com menos de um ano de gestão, Lula demitiu três mulheres para acomodar homens: Daniela Carneiro, do Turismo, para escolher Celso Sabino; Ana Moser, do Esporte, para dar lugar a André Fufuca; e Rita Serrano, da Caixa, para nomear Carlos Vieira.
A cobrança sobre a falta de representatividade também ocorreu durante as escolhas de Lula para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo sob a cobrança de anunciar mulheres ou negros para cargos na Suprema Corte, Lula indicou Cristiano Zanin e Flávio Dino.