Estadão

Lula afirma que quem apostar no fortalecimento do dólar vai quebrar a cara

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que aqueles que apostarem no fortalecimento do dólar ante o real "vai perder dinheiro" e disse que a moeda norte-americana subiu pouco antes da entrevista cedida ao portal <i>UOL</i>, na manhã da quarta-feira, 26. A declaração ocorreu durante o "Conselhão", evento do governo com representantes de diversos setores da sociedade civil, em Brasília, nesta quinta-feira, 27. Em discurso, Lula disse que "é preciso distensionar a ganância por acúmulo de riqueza de alguns e repartir um pouco" e criticou notícias sobre a alta do dólar na quarta-feira.

Na ocasião, Lula chamou de "cretinos" aqueles que teriam atribuído a alta do dólar à entrevista ao site.

"Quando eu terminei a entrevista, a manchete de alguns comentaristas era de que o dólar subiu pela entrevista do Lula. E os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar entrevista", afirmou o presidente.

Lula prosseguiu: "Ou seja, então esse mundo perverso das pessoas colocarem para fora aquilo que querem sem medir a responsabilidade do que vai acontecer é muito ruim."

O presidente também afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "sofre injustiça", porque, segundo ele, "as pessoas que vêm, só vêm para pedir, não vêm para oferecer".

Em certo momento, Lula se dirigiu a Haddad e declarou que apostadores de derivativos perderão dinheiro. "Pode ter certeza, Haddad, quem estiver apostando em derivativo vai perder dinheiro neste País", disse. "As pessoas não podem ficar apostando no fortalecimento do dólar e no enfraquecimento do real. Eu já vi isso em 2008", continuou.

O presidente prosseguiu: "As pessoas achavam que era importante ganhar dinheiro apostando no fortalecimento do dólar e quebraram a cara. E vão quebrar outra vez. Vão quebrar porque não voltei para ser presidente para dar errado. Eu só voltei porque tenho consciência de que vai dar certo esse País."

Durante o evento, Haddad defendeu a política econômica do governo e projetou uma inflação média abaixo dos 4% até o fim do mandato. "É absolutamente possível", declarou o ministro.

Ele também disse considerar um crescimento médio "beirando os 3%". Entre as medidas necessárias, segundo ele, estão a aceleração de reformas econômicas no Congresso e a "busca pelo equilíbrio fiscal".

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