Polícia

Imagens mostram troca de motorista em carro que causou morte na Timóteo Penteado

Felipe Gambeta Malheiro, de 21 anos, se apresentou como o motorista do carro que invadiu a contramão e colidiu com o veículo de Ednaldo de Souza Mendes, de 41 anos, na avenida Timóteo Penteado, no último sábado (13). Ednaldo chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Imagens de câmeras de segurança, no entanto, mostraram que Felipe não era o condutor do veículo. Horas após o acidente, ele confessou à polícia ter mentido e o verdadeiro motorista foi identificado como Gustavo Moreira Cardoso.

Felipe também havia sido levado pelo Samu ao Hospital Municipal de Urgências (HMU), onde deu entrada às 2h57 do dia 13 de julho. Ele passou pela triagem, mas não esperou pelo atendimento médico e deixou a unidade hospitalar.

Segundo o delegado Rogério Champion, a ocorrência foi registrada inicialmente como morte suspeita ou acidental, pois os policiais avaliaram que os envolvidos estavam conscientes no momento do acidente e que o caso se configuraria como lesão corporal leve.

No entanto, a presença de uma garrafa de uísque no carro e relatos de testemunhas levaram a polícia a reclassificar o caso como homicídio doloso. Quatro pessoas que presenciaram o fato serão ouvidas pela polícia nesta terça-feira.

Além da investigação por fraude processual contra Felipe, a polícia também apura se Gustavo dirigia sob a influência de álcool, já que não foi realizado o teste do bafômetro nos envolvidos no acidente.

O caso ainda está em investigação e a Polícia Civil busca esclarecer todas as circunstâncias do acidente, incluindo a responsabilidade de cada um dos envolvidos e a possível negligência por parte dos policiais que não realizaram o teste do bafômetro.

Motorista deu detalhes antes de morrer, diz filho

 

Antes de falecer, o motorista conseguiu falar com a família sobre o acidente. Ele chegou a ficar internado e passar por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.

“Como ele ainda tinha clareza de tudo, ele conseguiu falar tudo o que aconteceu. Disse que ele estava subindo a Timóteo Penteado, quando ele viu um carro vindo em alta velocidade na contramão e ele só pensou: ‘é aqui que eu morro’. Ainda tivemos esse momento com ele pra nos despedir, digamos assim”, disse Davi Silva, filho da vítima.

“Quando eu cheguei ao acidente, os policiais informaram que não era necessário o bafômetro. Me informaram que tinha um segurança num estabelecimento 24 horas, na frente de onde aconteceu o acidente. E eu conversei com esse segurança, ele relatou o mesmo acontecimento que vi no vídeo, que meu pai relatou. E ele também relatou que, quando quatro jovens saíram do carro, ele pôde ver uma garrafa de uísque vazia dentro do carro”, ressaltou Davi.

“Quando eu abri o boletim, já de óbito, eu relatei para o delegado em questão, mas nos ainda não temos acesso ao boletim da Polícia Militar. Então, nós não sabemos se esse fato foi incluído ou não”, diz o filho da vítima.

“O que fica dele é a saudade. É tentar honrar esse legado que ele nos trouxe de honestidade, de ser uma pessoa que luta sempre por aquilo que ele acha justo. E até por isso que nós queremos Justiça para o meu pai, assim como teve esse recente caso aí da Porsche. Nós também queremos que não fique assim, né. Meu pai merece ter Justiça, assim como ele sempre lutou pelo que é justo”.

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