O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saudou a decisão do grupo das 20 maiores economias do mundo de transferir temas geopolíticos para um documento separado do principal, a fim de garantir o consenso necessário ao último, algo que não se via há dois anos.
"Se a solidariedade internacional não ganhar força, os riscos geopolíticos vão aumentar. O alto interesse das nações tem que dar mais espaço para a cooperação internacional, porque ela é o antídoto contra a escalada de conflitos", disse.
"Os problemas são de natureza global. Não tem solução nacional para a crise climática, por exemplo. O ambiente entre os ministros da Fazenda e presidentes de BC é muito favorável à continuidade dessa agenda", continuou.
Ele deu as declarações em entrevista coletiva, no fechamento do encontro de ministros da economia do G20, no Rio de Janeiro.
<b>Communiqué</b>
Perguntado sobre o teor do comunicado final assinado por todos os países do grupo com compromissos futuros, Haddad disse que a ênfase está na coordenação de ações contra a fome e a pobreza, e sugeriu que tem havido "muita dispersão" nas ações globais.
"O diagnóstico do grupo de trabalho é que tem havido muita dispersão nas ações. Em segundo lugar, não temos certificado por assim dizer painel de boas práticas que deveriam ser adotadas por países que vivem o drama da fome", disse. Ele citou exemplos de políticas públicas brasileiras que poderiam ser replicadas a depender da concordância dos países pobres, como o Bolsa Família.