O primeiro ano da gestão do governador João Doria (PSDB) terminou com aumento no número de pessoas mortas durante ações policiais. Foram 867 mortes cometidas por agentes, alta de 1,8% na comparação com os 851 casos do ano anterior. O número leva em consideração mortes em operações, por exemplo, mas também quando o policial de folga age para impedir um crime.
O Estado havia conseguido reduzir a letalidade policial em 2018 após um ano recorde em 2017, quando 940 pessoas foram mortas, quantidade que configurou o recorde da série histórica. A alta de 2019 ocorre em meio a um discurso fomentado pelo governador de "mandar bandido para o cemitério".
Em setembro do ano passado, ao comentar dados de criminalidade, Doria disse que a redução da letalidade policial não era obrigatoriedade. Ontem, o coronel Camilo disse que a alta não é desejada, mas decorre da distribuição dos policiais nas manchas criminais, o que leva a uma resposta rápida contra o crime. "Normalmente, o marginal se entrega, fizemos 214 mil prisões no ano passado. Mas em 0,3% dos casos ele não se entrega e o confronto pode terminar em morte", disse.
Em abril do ano passado, uma ação das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), da Polícia Militar, terminou com 11 suspeitos mortos em Guararema, na Grande São Paulo. Em dezembro, nove jovens que participavam de um baile funk morreram em Paraisópolis, na capital, após uma operação da polícia. O dado, no entanto, não é computado como letalidade policial, pois um inquérito ainda apura a responsabilidade dos agentes no caso. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>