Em meio ao combate à pandemia do coronavírus, o secretário estadual de Saúde do Rio, Edmar Santos, anunciou, neste sábado (11), o afastamento temporário do subsecretário-executivo da pasta, Gabriell Neves. De acordo com comunicado, a medida foi tomada "em nome da transparência da gestão da pasta e atendendo às determinações de lisura e austeridade do Governo do Estado do Rio de Janeiro".
O governo diz ainda que o afastamento assegura que os processos de auditoria externa, solicitados a órgãos de controle por determinação do governador Wilson Witzel, possam ocorrer sem qualquer tipo de suspeição ou interferência. Neves havia assumido o cargo em fevereiro e era responsável pelos processos de contratações emergenciais ligadas à crise do coronavírus..
Reportagem do portal de notícias G1 liga a saída de Neves à denúncia feita pelo telejornal RJ2, da Rede Globo, que afirma que o Governo do Estado do Rio de Janeiro gastou R$ 1 bilhão para fechar contratos emergenciais, sem licitação, para o combate do Covid-19. Os valores seriam destinados para a compra de respiradores, máscaras e testes rápidos.
A maior parte deste dinheiro, quase R$ 836 milhões, seria destinada para a Organização Social (OS) Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), afirma a denúncia.
No sábado passado a subsecretária de Gestão da Atenção Integral da Saúde, a médica Mariana Scardua, foi exonerada do cargo, junto com o seu chefe de gabinete, o advogado Luiz Otávio Mendonça.
Mariana respondia por áreas envolvidas no combate ao coronavírus, como as de gestão de unidades de saúde do Estado, regulação de leitos e protocolos sobre manejo de medicamentos. Ela integrava a equipe de saúde desde o início do mandato do governador Wilson Witzel, em 2019.
Witzel está na linha de frente dos governadores que criticam o presidente Jair Bolsonaro pela política de combate à Covid-19. Pelo levantamento do governo estadual, já foram confirmados até agora 2564 casos confimados da doença e 147 óbitos no Rio.