A manhã do segundo dia oficial do carnaval carioca começou cedo no Aterro do Flamengo, que liga o centro à zona sul do Rio, com o desfile parado desde às 7h do Toco-Xona, primeiro bloco LGBT da cidade, que há 13 anos celebra as lésbicas empoderadas e reúne milhares de pessoas. O nome é uma abreviação da frase "Quem leva toco se apaixona".
Este ano, inspiradas pela fase pacifista de John Lennon, o bloco se propõe a fugir do conservadorismo, do machismo e da discriminação, pregando a liberdade. "Imagina só como seria se a liberdade tomasse consciência do respeito ao próximo e voasse com asas livres para tomar o corpo que quisesse, a forma que quisesse, a cor e a crença que quisesse. Se pudéssemos ser livres sem repressão, julgamento ou discriminação", convoca o bloco em uma página nas redes sociais.
Por volta das 9h, em outro trecho do Aterro, o Bangalafumenga, mais conhecido como "Banga", traz a MPB e o rock em ritmo de samba para a festa carioca, dividindo os foliões com outro bloco marcado para às 11h, o Cordão do Boitatá, que fica parado no entorno da Praça XV, no centro da cidade.
O Boitatá foi criado em 1996 por estudantes e músicos amigos, e é um dos responsáveis pela volta do sucesso dos blocos de rua no carnaval do Rio. Tocando vários gêneros musicais às vezes durante sete horas seguidas, o bloco ficou conhecido por atrair fantasias criativas, o que hoje se vê por toda a cidade. No único ano que não se apresentou no domingo – saiu na segunda-feira – fez com que alguns foliões desavisados e frustrados que foram à Praça XV fundassem outro bloco, o Boi Tolo, que costuma sair no mesmo dia em ruas paralelas à apresentação do Boitatá.