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AVALIAÇÃO – Nissan Versa Advance, um sedã compacto que tem espaço de sobra

Já se foi o tempo em que o consumidor sonhava com um sedã para levar toda a família. Hoje, o sonho brasileiro é ter um SUV, mesmo que ele não ofereça o mesmo espaço e condições de um autêntico sedã.  O Nissan Versa, na versão Advance, é um sedã compacto, que vem com motor 1.6 aspirado, mas com espaço interno para fazer inveja até a carros maiores.

Mas ele está na contramão do mercado. Primeiro por ser um sedã e segundo por não oferecer motor turbo, um quesito que pesa muito em favor dos concorrentes. Só que o Versa tem seus trunfos. E que passam pelo bolso.

Para agradar o consumidor, a Nissan promoveu a renovação do Versa, que lá atrás era o patinho feio da marca. Depois, ele foi completamente repaginado, ganhou linhas bem mais modernas e atraentes, sempre se prevalecendo pelo excelente espaço interno. Hoje tem um design que chama bastante atenção, confundindo-se até com o irmão maior e mais requintado, o Sentra.

Não à toa, passou a ser muito consumidor por motoristas de táxi ou de aplicativos, principalmente na carroceria anterior. Além de transportar 5 pessoas com folga, o Versa tem capacidade para acomodar até 482 litros de bagagem no porta-malas. É um espaço considerável que deve ser levado em consideração na hora da compra.

A versão Advance é intermediária e oferece bons equipamentos de série, que devem ser valorizados, ainda mais por se tratar de um carro que está abaixo dos R$ 120 mil.

Conta com chave presencial, rodas de liga leve de 16″ com design exclusivo, assistência elétrica, ar-condicionado, 4 airbags, controle de cruzeiro, controle de estabilidade e assistente de partida em rampa, além de central multimídia com tela de 7″, espelhamento de smartphones via Android Auto e Apple Car Play e carregador de celular sem fios.

Aí tem algumas contradições que merecem ser destacadas. Como tem carregador por indução, você poderia abrir mão de cabos de conexão, certo? Não é bem assim. O espelhamento do smartphone com o carro existe, porém, para trazer o Waze para a tela central é necessário a conexão pelo cabo USB. Aí você não usa o carregador por indução. Se usar a indução, não vai ter o Waze na tela e não vai conseguir enxerga-lo, já que o compartimento fica escondido aqui no meio do painel. Talvez uma atualização do sistema resolva esse pequeno perrengue.

Em contrapartida, o Versa Advance conta com câmera de ré e a excelente 360 graus, um dispositivo que ajuda nas manobras e que não é comum em carros nesta faixa de preço. Mas não oferece ar condicionado digital e segue com acabamentos bem simples aqui no interior como bancos em tecido. Ou seja, é uma contradição atrás da outra. Vale lembrar que isso tudo pode ser resolvido na versão Exclusive do modelo, que incorpora os equipamentos, mas custa uns R$ 15 mil a mais.

Na motorização, enquanto a Nissan não oferece algum motor menor com turbo, o negócio é se adaptar ao velho 1.6 aspirado de 113 cv de potência com etanol e 110 cv com gasolina. O é câmbio CVT. Até a gente se acostumar com o carro e acertar o pé no acelerador, invariável algumas forçadas com certa demora na redução de marchas ou até para conseguir um arranque mais rápido. Mas passados alguns dias de avaliação e melhore adaptação, esse incômodo fica quase imperceptível.

Na real, o Nissan Versa, apesar das linhas modernas, não consegue fugir de ser o carro família, do tiozão. Nenhum demérito por causa disso, gosto de frisar. Entrega o que promete por um bom preço perto do que existe no mercado nesta faixa.

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