Em meio a intensos ataques ao Líbano, o governo de Israel aprovou nesta terça-feira (26) um cessar-fogo de pelo menos dois meses com o grupo libanês Hezbollah, em um acordo mediado pelos Estados Unidos. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou em pronunciamento na TV que a trégua permitirá o retorno de cidadãos deslocados pela guerra ao norte do país. “Estamos prontos para devolver nossos cidadãos. Mas, se o Hezbollah violar o cessar-fogo, nós vamos reagir”, alertou o premiê.
A decisão ocorre após mais de um ano de conflitos regionais e reflete uma necessidade estratégica. Netanyahu mencionou a intenção de fortalecer o arsenal militar israelense e apontou para a “ameaça do Irã” como prioridade na estratégia de segurança. A declaração é uma admissão incomum de dificuldades militares, em um cenário de guerra que envolveu múltiplas frentes desde outubro de 2023.
Esse é o segundo cessar-fogo acordado pelo governo israelense em meio à atual escalada de violência. No fim de 2023, uma trégua de sete dias em Gaza permitiu a troca de reféns israelenses por mulheres e crianças palestinas detidas em Israel. Desta vez, o acordo com o Hezbollah surge após uma escalada nos confrontos com o grupo, que intensificou seus ataques em solidariedade ao Hamas, sob bombardeio em Gaza.
O Hezbollah, apoiado pelo Irã e tradicional aliado de Teerã na região, aproveitou o contexto da guerra entre Israel e o Hamas para abrir uma frente ao norte. Netanyahu destacou que o grupo continua sendo uma ameaça direta, mencionando também o papel da Síria no conflito. “A ditadura síria está brincando com fogo ao permitir que grupos baseados no país nos ataquem”, afirmou.
Apesar da pausa nos combates, a situação permanece instável. Netanyahu não se comprometeu publicamente com o prazo inicial de dois meses para a trégua, indicando que a continuidade dependerá da evolução no campo de batalha.