Polícia

Operação do MP contra ONG acusada de ligação com PCC tem mandado em Guarulhos

Uma operação do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil, nesta terça-feira, contra uma ONG, que atua em apoio a presos e pessoas egressas do sistema prisional, acusada de ligação com o PCC, tem um mandado de busca e apreensão em Guarulhos.

Segundo a TV Globo, integrantes da ONG Pacto Social & Carcerário São Paulo, localizada em São Bernardo do Campo, alvo da operação, aparecem no documentário “Grito” de 2024, produzido pela Netflix. O nome da operação deflagrada é “Scream Fake” (grito falso, em português) em referência ao filme que retrata a realidade do sistema penitenciário brasileiro.

Doze pessoas foram presas preventivamente, entre elas três advogados, membros da facção criminosa, e a presidente e o vice-presidente da ONG.

Também foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão na capital paulista, Presidente Prudente, Flórida Paulista, Irapuru, Presidente Venceslau, Ribeirão Preto, Sorocaba e Guarulhos, além de Londrina (PR). As atividades da ONG também foram suspensas e as redes sociais retiradas do ar por ordem judicial.

Segundo a investigação, o PCC usa a ONG e os advogados da facção para promover ações judiciais consideradas ilegítimas, espalhando denúncias falsas de abuso contra agentes públicos. O objetivo é desestabilizar o sistema de justiça criminal e colocar a opinião pública contra o poder estatal.

A ONG tem sede na cidade de São Bernardo do Campo, sem qualquer identificação ou movimentação de que a entidade esteja em efetivo funcionamento.

A operação é fruto de uma investigação de três anos que começou quando uma visitante tentou entrar na Penitenciária II de Presidente Venceslau — conhecida por recolher os criminosos mais perigosos do estado — com mídias externas escondidas na roupa em 2021.

A partir dos cartões de memória e manuscritos apreendidos nessa época, o Gaeco descobriu detalhes da atividade de três setores da facção criminosa (Saúde, Gravatas, Financeira), além de descobrir um novo setor, o das Reivindicações.

Na avaliação do Ministério Público e da Polícia Civil, a investigação demonstrou que a facção invadiu a sociedade civil organizada e que “vem se apropriando de discursos politizados” para isso.

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