O Índice de Atividade Econômica (IAE), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) apenas para clientes, mostrou avanço de 8,0% no terceiro trimestre na comparação com o segundo trimestre. Em relação ao terceiro trimestre de 2019, o IAE ainda apresentou um tombo de 4,9%. Os dados foram mencionados nesta quarta-feira, em apresentação por videoconferência, pelo economista Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).
Considera citou os dados para sustentar que a economia brasileira está saindo da recessão "aos poucos". Para o economista, a recuperação parece em "V", mas não é "bem isso", já que a forte alta na atividade esperada para o terceiro trimestre se segue a um tombo "muito fundo" no trimestre imediatamente anterior.
"O V tem a ver com o buraco em que caímos e não com a subida que tivemos", afirmou Considera.
O economista ressaltou que, quando se fala em "recuperação em V" fica sugerido que a atividade recuperou tudo o que caiu no ciclo de retração. E não foi isso que aconteceu. Segundo dados do Monitor do PIB, outro indicador da FGV, após subir 7,5% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, a atividade econômica ainda está 5,0% abaixo do nível registrado antes de a pandemia de covid-19 se abater sobre a economia.
O Monitor do PIB, cujos dados são públicos em sua maioria e foram divulgados na semana passada, apresenta variações ligeiramente diferentes do IAE porque o primeiro busca reproduzir as informações sobre a atividade econômica conforme a metodologia do PIB, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IAE, segundo Considera, tem metodologia "muito semelhante" ao IBC-Br, indicador de atividade do Banco Central (BC).
Os dois indicadores fazem parte do Monitor da Atividade Econômica, ferramenta da FGV oferecida a clientes. Durante alguns meses do período mais agudo da recessão causada pela covid-19, o Ibre/FGV divulgou o IAE publicamente.