Ex-governador de Sergipe João Alves Filho morre aos 79 anos

O ex-governador de Sergipe João Alves Filho (DEM), de 79 anos, morreu no fim da noite de terça-feira, 24, em Brasília. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês desde o dia 18, após sofrer uma parada cardíaca, e testou positivo para covid-19.

Diagnosticado com Alzheimer, João Alves Filho era casado com a senadora Maria do Carmo Alves (DEM), com quem teve três filhos: Ana Maria, João Alves Neto e Maria Cristina. "Foram 54 anos de amor, amizade e muito companheirismo", escreveu no Twitter a senadora. "João seguiu em paz para os braços do Pai, livre de todas as doenças que acometiam o seu corpo."

O governo de Sergipe, a prefeitura de Aracaju e a Assembleia Legislativa do Estado decretaram luto oficial de três dias. "O ex-governador João Alves sem dúvida alguma é uma das mais importantes referências políticas que temos no nosso Estado. Foi especial para Sergipe e realizou obras importantes para o povo sergipano", disse em nota o governador Belivaldo Chagas (PSD).

Em nota de pesar, o presidente nacional do DEM, ACM Neto, afirmou que João Alves Filho exerceu a política de maneira admirável e serviu de inspiração para a nova geração de políticos do partido. "Também foi notória a luta de João Alves pelo desenvolvimento do Nordeste, trajeto grandioso no trabalho realizado por ele", disse ACM Neto, prefeito de Salvador. "Homem corajoso e determinado, João Alves valorizou o diálogo e o equilíbrio na política durante todo seu trabalho. Por isso, temos a certeza de que a história escrita por ele, e todo o legado político construído ao longo da sua vida pública, vão seguir inspirando as pessoas por muito tempo."

<b>Carreira</b>

Nascido em 1941 na capital de Sergipe, Aracaju, João Alves Filho era filho do empresário da construção civil João Alves e de Maria de Lourdes Gomes. Ingressou na construtora da família em 1960 e cursou Engenharia Civil na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia.

A entrada definitiva na política aconteceu em 1975, quando assumiu a prefeitura de Aracaju por indicação do governo militar. Nessa época, era filiado à Aliança Renovadora Nacional (Arena). Depois do fim do mandato, se distanciou da política por alguns anos e viria a se candidatar novamente apenas em 1982, dessa vez para o governo de Sergipe. Foi eleito, naquela que foi a primeira eleição direta no Estado após 20 anos, filiado ao Partido Democrático Social (PDS).

Durante o seu primeiro mandato como governador, desenvolveu o programa Chapéu de Couro, que consistia em promover a perfuração de poços artesianos e a construção de cisternas na região do agreste, entre outras medidas, para combater a seca e desenvolver a região e desenvolver a região rural. Em 1987, foi nomeado ministro do Interior pelo então presidente, José Sarney. Deixou o ministério em 1990, quando o mesmo foi extinto pelo novo presidente Fernando Collor de Melo.

Alves voltou a ser governador de Sergipe em mais duas ocasiões: em 1990 e em 2002. Perdeu, porém, outras três disputas para o governo do Estado: em 1998, 2006 e 2010. Em 2012, voltou à prefeitura de Aracaju e lá permaneceu nos quatro anos seguintes. Estava filiado ao DEM desde 2007.

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