Na avaliação desta semana, o destaque vai para o Honda City Touring 2025, que chega com atualizações pontuais, mas significativas. A marca japonesa, conhecida por criar modelos que atravessam décadas — como o Civic e o Fit, ambos descontinuados no início desta década —, aposta agora em uma nova fase para o seu sedã médio.

Em 2025, hatch e sedã da linha City ganham identidades visuais mais distintas, embora compartilhem o mesmo DNA. O hatch adota um estilo mais esportivo, enquanto o sedã, especialmente nesta versão Touring, investe em elegância e refinamento.

Sob o capô, nenhuma surpresa: o confiável motor 1.5 16V DOHC aspirado com injeção direta segue firme. São 126 cv, tanto com etanol quanto com gasolina — desempenho que não faz feio frente aos concorrentes com motores 1.0 turbo. O consumo é um dos pontos altos: em nossos testes, o sedã chegou a impressionantes 19 km/l na estrada com gasolina, e superou os 12 km/l no uso urbano.

O câmbio CVT, já tradicional na linha Honda desde o Fit de 2003, continua presente. Embora não traga grandes novidades, oferece recursos úteis como modo de condução esportiva e assistente para descidas íngremes, garantindo uma direção segura e confortável, tanto na cidade quanto na estrada.

Mas o que realmente marca a evolução do City Touring é o pacote de equipamentos. Se antes os japoneses pecavam na oferta de tecnologia embarcada, agora o cenário mudou. O modelo traz itens que o colocam em pé de igualdade — ou até à frente — de muitos rivais.
O freio de estacionamento eletrônico (EPB), por exemplo, libera espaço no console central, onde agora está o prático carregador de celular por indução (Wireless Charger). A conectividade também evoluiu: Android Auto e Apple CarPlay funcionam sem fio, facilitando a integração com a central multimídia.

A tela LCD ganhou nova interface, gráficos mais nítidos, variedade de cores e até três opções de papel de parede. A câmera de ré também foi aprimorada, com imagens mais definidas. Desde a versão EX, o City já conta com o pacote Honda SENSING, que inclui Controle de Cruzeiro Adaptativo com função de acompanhamento em baixa velocidade (Low Speed Follow). Na Touring, o ar-condicionado é Dual Zone, permitindo ajustes independentes para motorista e passageiro.

Visualmente, as mudanças são discretas, mas eficazes para diferenciar o sedã do hatch. O para-choque dianteiro tem linhas mais limpas, a grade frontal ficou mais larga e horizontal, e o acabamento cromado foi sutilmente redesenhado. Atrás, o para-choque também é novo. As rodas diamantadas de 16 polegadas com fundo preto completam o visual sofisticado.
A principal diferença entre hatch e sedã, no entanto, continua sendo o porta-malas: são 519 litros no sedã contra modestos 268 litros no hatch. Curiosamente, a diferença de preço é mínima — apenas R$ 1.000 a mais para o sedã, que parte de R$ 150 mil. No fim das contas, a escolha entre um e outro dependerá mais do estilo de vida do comprador do que do bolso.


