O prefeito Lucas Sanches (PL) caiu em contradição em suas declarações sobre a oferta de atendimento veterinário gratuito em Guarulhos. O fechamento dos dois hospitais veterinários municipais gratuitos nesta semana expôs a falta de planejamento da administração. Foram várias ações que revelam despreparo no trato de ações públicas importantes, sempre pautadas pela reação negativa da opinião pública.
Nesta sexta-feira, após anunciar que um ônibus de castração, improvisado, vindo de uma ONG de Itaquaquecetuba, ficaria em um local estratégico, de fácil acesso para a população, na praça Getúlio Vargas, no Centro, o veículo saiu do lugar.
A explicação do prefeito foi pior que o anúncio sem planejamento. Disse nas redes sociais: “mesmo com o ponto fixo na praça, ele é um serviço itinerante, ou seja, pode circular entre os bairros da região pra atender mais pets quando a demanda em um local estiver baixa. Então, se ele saiu dali, é porque foi prestar atendimento em outro ponto próximo”. Ou seja, se um cidadão sair de um bairro distante com seu animal em busca de atendimento, pela nova declaração de Lucas, ele corre o risco de chegar à Getúlio Vargas e não encontrar o veículo. Isso ocorreu nesta sexta-feira, duas horas após o anúncio, quando o ônibus deixou o local, por volta de meio dia.
O ônibus de um castramóvel, ligado a uma ONG de Itaquaquecetuba, foi colocado na praça Getúlio Vargas na manhã desta sexta-feira. Diante da repercussão negativa das ações da prefeitura desde segunda-feira, quando veio a público que Lucas, em comum acordo com a SPMV (Sociedade Paulista de Medicina Veterinária), iriam encerrar o atendimento gratuito nas duas unidades inauguradas ano passado pelo ex-prefeito Guti: na ruia Luiz Gama, no Centro, e na avenida Jurema, região dos Pimentas, o prefeito resolveu improvisar.
Antes disso, na manhã de terça-feira, já com o caso público e com muitas críticas nas redes sociais, Lucas fez um vídeo falando do fechamento dos dois hospitais gratuitos, garantindo que a Prefeitura inaugurará em breve, sem citar onde nem os locais, dois estabelecimentos com maior capacidade de atendimentos e abertos 24 horas. Especialistas em contratos públicos ouvidos pelo GWeb apontam que um processo como esse deve demorar no mínimo 60 dias, podendo se estender por três ou quatro meses. Ou seja, a população deveria ficar, segundo o anúncio de Lucas Sanches, sem atendimento gratuito por tempo indeterminado.
Mais uma vez o anúncio soou mal e de novo Lucas foi para as redes sociais para tentar se explicar. Trouxe o ônibus de uma ONG de Itaquaquecetuba, especializada na realização de castrações, como um improviso para oferecer atendimento gratuito. Ele não informou de que forma contratou este equipamento, quanto irá custar para a Prefeitura e se tinha autorização dos órgãos competentes de saúde animal para promover o serviço na praça.
Um dia antes, na quinta-feira, dia 10, a SPMV iniciou o atendimento na unidade da Luiz Gama, praticando preços populares, já que o local conta com toda a estrutura necessária para um hospital veterinário, já que a Prefeitura não bancaria mais os custos, conforme o contrato firmado no ano passado. No entanto, Lucas enviou fiscais e a GCM ao local para impedir o atendimento, sob a alegação de que não havia a autorização para o funcionamento, o que foi negado pelos responsáveis pela instituição. Em protesto, o hospital passou a atender os animais na calçada.
